Exterior respalda queda do dólar a mínima desde fim de julho

Reuters

Publicado 14.09.2020 17:09

Atualizado 14.09.2020 17:20

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou no menor patamar desde o final de julho nesta segunda-feira, caindo cerca de 1%, com investidores imprimindo no câmbio um começo de semana otimista nos mercados globais antes de importantes decisões de política monetária nos próximos dias.

O dólar à vista recuou 1,10%, a 5,2747 reais na venda, menor nível desde 31 de julho (5,2185 reais).

A moeda oscilou entre 5,3244 reais na máxima alcançada pela manhã (-0,16%) e 5,2626 reais na mínima (-1,32%) durante a tarde.

Na B3), o contrato de dólar de maior liquidez cedia 0,83% às 17h05, para 5,2795 reais.

O real esteve entre as moedas de melhor desempenho nesta sessão, acompanhado de outras divisas emergentes sensíveis ao sentimento de risco, como peso mexicano, que subia 1%, e rand sul-africano (+0,6%), entre outras.

A melhora do humor de investidores teve relação com notícias sobre testes para vacina contra a Covid-19. A farmacêutica Pfizer Inc (NYSE:PFE) e a empresa de biotecnologia BioNTech SE propuseram no sábado expandir a Fase 3 de seus testes, e a farmacêutica AstraZeneca informou no fim de semana que havia retomado os testes clínicos britânicos de sua vacina.

Notícias sobre fusões e aquisições também ajudaram a levantar o ânimo de agentes financeiros, no início de uma semana rica em decisões de juros --Brasil, EUA, Japão e Reino Unido atualizam nos próximos dias avaliações sobre suas políticas monetárias.

Aqui, a expectativa é de manutenção da Selic em 2% ao ano, devido ao recente noticiário fiscal que inspirou maior cautela em meio a leituras mais altas de inflação no atacado e à contínua volatilidade nos ativos financeiros.

O mercado financeiro manteve as estimativas para o dólar ao fim de 2020 (5,25 reais) e 2021 (5,00 reais), mas reduziu a projeção para a Selic no término de 2021 de 2,88% para 2,50%, conforme a mais recente pesquisa Focus do BC divulgada mais cedo.