Sanções contra a Rússia levarão a uma nova ordem monetária, diz Credit Suisse

Investing.com

Publicado 09.03.2022 15:10

Atualizado 09.03.2022 15:24

Investing.com - Em nota divulgada na segunda-feira, Zoltan Pozsar, chefe global de estratégia de taxa de juros de curto prazo do Credit Suisse (SIX:CSGN), e ex-funcionário do Federal Reserve e do Departamento do Tesouro dos EUA, disse que a crise que se desenrola na Ucrânia levou a uma "tempestade perfeita" em commodities que poderia enfraquecer o sistema eurodólar, contribuir para a inflação nas economias ocidentais e ameaçar a estabilidade financeira.

Ele escreveu que os Estados Unidos estão passando por uma crise de commodities que dará origem a uma nova ordem monetária mundial que acabará por enfraquecer o atual sistema baseado no dólar.

“Esta crise é diferente de tudo que vimos desde que o presidente Richard Nixon retirou da conversibilidade do dólar americano com o ouro em 1971 – o fim da era do dinheiro baseado em commodities”, disse Pozsar.

"Quando esta crise (e esta guerra) acabar, o dólar americano deve estar muito mais fraco e... o yuan muito mais forte, apoiado por uma cesta de commodities", acrescentou.

Como a era inicial de Bretton Woods (1944-1971) foi apoiada por ouro, e Bretton Woods II (1971-presente) apoiada por "moeda interna" (essencialmente papel do governo dos EUA), Pozsar disse que Bretton Woods III será apoiado por " moeda externa" (ouro e outras commodities).

Para Pozsar, o fim do atual regime monetário corresponde ao dia em que os países do G7 apreenderam as reservas cambiais da Rússia depois que esta invadiu a Ucrânia. O que antes era considerado livre de risco não o é mais, pois o risco de crédito inexistente foi instantaneamente substituído por um risco muito real de confisco.

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Pozsar considerou que o ocorrido certamente não escapou à China, e considerou que o Banco Popular da China (PBOC) se depara com duas alternativas para proteger seus interesses: ou vender títulos do Tesouro dos EUA para comprar matérias-primas russas, ou prosseguir com sua própria flexibilização quantitativa, ou seja, imprimir yuan para comprar matérias-primas russas.

"Este é o nascimento do mercado Euroyuan e o primeiro passo real da China para quebrar a hegemonia do mercado Eurodólar. Também é inflacionário para o Ocidente e significa menos demanda por títulos do Tesouro. A longo prazo", disse Pozsar.

Publicado originalmente no Investing.com França

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