Amazônia tem em junho maior número de queimadas desde 2007

Reuters

Publicado 01.07.2021 13:07

Por Jake Spring

BRASÍLIA (Reuters) - A floresta amazônica registrou em junho o maior número de focos de incêndio em 14 anos, mostraram dados do governo nesta quinta-feira, em meio a temores de que uma seca extrema em muitas partes da região aumente as queimadas nos próximos meses.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 2.308 focos de incêndio na Amazônia brasileira em junho, um aumento de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando os incêndios atingiram uma recorde em 13 anos.

Embora a quantidade de incêndios do mês passado só represente uma fração daqueles vistos no auge da estação seca de agosto e setembro, ambientalistas temem que seja um sinal de algo pior pela frente.

"Com números altos de queimadas ainda no começo do verão amazônico, meses onde há uma diminuição natural das chuvas na Amazônia, esses números tendem a subir ainda mais", disse o Greenpeace Brasil em comunicado.

Cientistas alertam que o clima seco no chamado "arco do desmatamento" da Amazônia e no Pantanal pode desencadear uma temporada de queimadas muito ruim. Hidrelétricas de todo o país têm relatado os menores influxos de água em 91 anos em meio a uma seca intensa, de acordo com o Ministério das Minas e Energia.

Os incêndios na Amazônia são majoritariamente causados pelo homem, uma vez que o fogo natural é extremamente raros. Geralmente, os madeireiros cortam árvores valiosas ilegalmente e depois grileiros ateiam fogo para abrir espaço ao gado. O fogo também pode ser usado como parte da agricultura tradicional.