"Ampla maioria" de líderes entende que CPIs devem ser instaladas após eleição, diz Pacheco

Reuters

Publicado 05.07.2022 12:04

Atualizado 05.07.2022 19:40

Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - Após participar de uma reunião com lideranças partidárias, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira que a "ampla maioria" dos líderes defende que a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) devem ocorrer após as eleições de outubro.

A decisão do presidente, adotada na intenção de evitar contaminação das investigações com o debate eleitoral, pode ser considerada uma vitória para o governo, mas ao mesmo tempo contou, de fato com a concordância de boa parte dos líderes, já envolvidos com suas campanhas nos Estados.

Pacheco sustentou que a ampla maioria dos líderes ponderou "que de fato, nesse momento, às vésperas do recesso parlamentar, e depois já no período eleitoral dos meses de agosto e de setembro, não seria conveniente a existência das Comissões Parlamentares de Inquérito no Senado Federal", referindo-se a cinco pedidos de instalação de CPIs sobre diversos temas: a do MEC, duas sobre desmatamento na Amazônia, uma sobre obras inacabadas e ainda sobre crime organizado e narcotráfico.

O autor do requerimento da CPI do MEC, líder da oposição na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no entanto, já avisou que deve procurar o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que a CPI seja garantida como um instrumento do exercício parlamentar da minoria no Congresso.

O presidente do Senado já foi instado, no passado, por uma decisão da suprema corte, ocasião em que se viu obrigado a promover a leitura de requerimento de criação da CPI da Covid no Senado. Embora protocolar, esse é um passo necessário para dar andamento à efetivação do colegiado.

Desta vez, explicou Pacheco, haverá a leitura em plenário dos requerimentos da CPI, ainda nesta semana. Mas a indicação dos componentes das comissões, por parte dos líderes de bancada, ficará para depois das eleições.

"As CPIs serão instaladas no momento oportuno pelo Senado Federal. No entanto os líderes, repito, em maciça maioria, entendem que essas indicações dos membros e a consequente instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito devem acontecer após as eleições", afirmou.

"Isso permitirá que todos os senadores possam, igualmente, participar das cinco comissões ...e também evitar que o período eleitoral, que é naturalmente um período em que há uma politização e acaba partidarizando as discussões, que esse período eleitoral contamine um processo de investigação da CPI."

Os primeiros comentários de Pacheco, publicados no Twitter, já indicavam que ficaria para depois de outubro o início da CPI para investigar suspeitas de corrupção e desvio de recursos no Ministério da Educação durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, que chegou a ser preso em operação da Polícia Federal.

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