Ao lado de Guedes, Bolsonaro diz que governo fará "de tudo" para não perder confiança do mercado

Reuters

Publicado 24.10.2021 13:51

Por José de Castro

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo e a equipe farão "de tudo" para não perder a confiança do mercado, com ambos trocando elogios ao fim de uma semana em que os ativos financeiros despencaram por temores sobre os rumos da política econômica --o que gerou especulações de saída de Guedes do cargo.

"(Paulo Guedes) é uma pessoa que deposito total confiança nele. Foi excepcional o trabalho dele em 2019 e melhor ainda em 2020", disse Bolsonaro. "Nós faremos de tudo para não perder a confiança do mercado, do investidor e do cidadão de maneira geral", acrescentou.

Declaração conjunta de Bolsonaro e Guedes na sexta-feira ajudou a acalmar investidores, que experimentaram uma semana de forte turbulência com temor (posteriormente confirmado) de rompimento do teto de gastos, tido como âncora fiscal do Brasil.

O dólar negociado no mercado futuro superou 5,76 reais, e o principal índice das ações brasileiras chegou a exibir queda de 10,3% no acumulado da semana.

Neste domingo, o chefe do Executivo repetiu que ele e Guedes sairão juntos do governo. "A gente vai sair junto, fica tranquilo", respondeu Bolsonaro a um questionamento a respeito.

Em uma feira de pássaros em Brasília, ambos falaram dos efeitos da inflação em alta sobre os mais pobres e do aumento dos preços dos combustíveis, mas disseram que medidas estão sendo tomadas, como o auxílio aos caminhoneiros e os ajustes no teto de gastos para viabilizar o novo Bolsa Família turbinado. Bolsonaro negou, porém, que as ações tenham cunho eleitoreiro.

"Lamentamos a situação em que se encontra o pobre no Brasil, passando dificuldade, tanto é que estamos socorrendo essas pessoas mais pobres como socorremos no ano passado", disse o presidente a jornalistas.

"Não estamos aqui lutando por eleições de 2022. Não se toca nesse assunto, tanto é que até o momento nem partido eu tenho ainda", completou.

h2 Preços dos combustíveis/h2

Em outro momento e voltando a falar sobre os preços dos combustíveis, o ministro da Economia disse que a Petrobras (SA:PETR4), com pouca concorrência no setor, pode deixar de ser "veneno" para se tornar "vacina", enquanto Bolsonaro afirmou que o governo não interferirá na política de preços da empresa.

"Temos aí ao que tudo indica reajuste nos preços dos combustíveis", disse Bolsonaro, citando na sequência a valorização dos preços do petróleo no mercado internacional e o comportamento do dólar no Brasil.

"Eu não tenho poder de interferir nisso na Petrobras. (...) Alguns querem que a gente interfira no preço. A gente não vai interferir no preço de nada", disse Bolsonaro, acrescentando que ele e Guedes têm discutido os rumos da empresa para o futuro.

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