Bolsonaro pede a empresários para conversar com necessitados que acreditam em "auxílios estratosféricos"

Reuters

Publicado 06.10.2022 20:14

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), pediu que empresários e industriais conversem com pessoas mais humildes e necessitadas que estariam acreditando em "promessas mirabolantes" de "auxílios estratosféricos", em uma crítica indireta ao adversário no segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Conversem com os mais humildes, com os mais necessitados porque eles, uma parte, continuam acreditando nas promessas mirabolantes de picanha e auxílios estratosféricos. Se fosse possível, daríamos. Mas sabemos que isso não é possível", disse.

Apesar da crítica de Bolsonaro, a proposta de Lula não é muito diferente do que já existe. O petista promete manter o valor atual de 600 reais para o Auxílio Brasil, assim como o presidente também fala que vai fazer. Lula diz ainda que pretende pagar às famílias mais 150 reais por criança até seis anos, enquanto o candidato à reeleição promete 200 reais a mais quando a pessoa que recebe o auxílio conseguir um emprego.

O discurso de Bolsonaro ocorreu em um evento organizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), entidade que entregou um documento com propostas do setor produtivo.

O evento, entretanto, contou com falas de autoridades em apoio à reeleição de Bolsonaro, como o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Ele disse novamente que iria trabalhar pela vitória do presidente no Estado.

Em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país, Lula teve cerca de 560 mil votos a mais que Bolsonaro. O petista ficou à frente de Bolsonaro no primeiro turno no país com 6,2 milhões de votos de diferença.

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O candidato à reeleição optou por defender a sua gestão, em especial na área econômica. Ele criticou Lula e a defesa do petista de que a biodiversidade da Amazônia deveria ser compartilhada com todo o mundo --o petista defende isso como uma maneira de aumentar o desenvolvimento da região e não como uma quebra da soberania nacional.

"Nós não queremos guerras e, como consequência, devemos nos preparar para que as nossas Forças Armadas tenham capacidade de dissuasão para que aventureiros não venham para o Brasil", disse.