Bolsonaro volta a levantar dúvidas sobre vacinas e diz que não podem ser obrigatórias

Reuters

Publicado 27.09.2021 13:02

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer críticas às vacinas contra Covid-19 , em discurso nesta segunda-feira, e defendeu que a imunização não pode ser obrigatória, apesar de dizer que não é contra os imunizantes.

"Não estou contra a vacina. Se estivesse contra não teria assinado a MP do ano passado destinando 20 bilhões para comprar vacina. Mas nós respeitamos a liberdade", afirmou. "Ninguém mais que eu respeita o direito de todos. A vacina não pode ser obrigatória", afirmou, dizendo ainda que "Ainda há uma grande incógnita nisso daí (vacinas)."

A vacinação contra Covid-19 no Brasil não é obrigatória, mas pesquisa em julho mostrou que a adesão às vacinas havia chegado a 94% dos brasileiros, apesar das críticas do presidente. Segundo o Datafolha, 56% disseram na ocasião que já haviam se vacinado e 38% afirmavam que pretendiam se vacinar.

Bolsonaro, que ainda não se vacinou, tem divulgado o fato de que ministros e outros membros de seu governo --além de seu filho, Eduardo-- que foram infectados pela Covid-19, foram vacinados. No domingo, ao anunciar que seu teste havia dado negativo, ressaltou que Pedro Guimarães, presidente da Caixa, estava infectado e havia tomado as duas doses de vacina.

Ao fazer a postagem, Bolsonaro foi cobrado por uma eleitora que, apesar de dizer que votou e votaria de novo no presidente, o indagou por essas declarações sobre as vacinas contra Covid.

"Não entendo qual seu propósito ao anunciar esse tipo de coisa como uma vitória, quer desencorajar as pessoas a tomarem a vacina? Quer enlouquecer quem tomou??? Não consigo entender. Sim a vacina não impede o contágio, mas reduz o risco de casos graves. Se não fosse assim porque o senhor comprou vacinas?", perguntou a apoiadora.

A resposta de Bolsonaro foi citar João 8:32, o versículo da Bíblia que diz "E conheceis a verdade e a verdade vos libertará", repetido por ele insistentemente desde as eleições, e acrescentar que os ministros Marcelo Queiroga (Saúde), Bruno Bianco (AGU) e Tereza Cristina (Agricultura) também estavam com Covid-19.