Cartão de Bolsonaro tem registro de vacina contra Covid-19, CGU apura se foi adulterado

Reuters

Publicado 17.02.2023 17:42

Atualizado 17.02.2023 20:15

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, confirmou nesta sexta-feira que há um registro de vacinação contra a Covid-19 no cartão do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas lembrou que a pasta ainda avalia se o dado foi adulterado.

A carteira de vacinação do ex-presidente, que se posicionava publicamente contra a imunização e dizia não ter se vacinado, passa por uma avaliação da CGU sobre a possível revisão do sigilo de 100 anos imposto sobre o documento. A possibilidade de alteração do cartão também é apurada pelo órgão.

"Esse registro existe, pelo menos o que a gente sabe das informações", disse o ministro à CNN Brasil.

A CGU mandou um ofício ao Ministério da Saúde, solicitando dados sobre registros de vacinação de Bolsonaro e pede informações sobre uma dose da Janssen que teria sido ministrada no ex-presidente em 19 de julho de 2021. O ofício era sigiloso, mas acabou sendo noticiado pela imprensa.

O ministro argumentou que se a data e o dado sobre a dose da vacina são citados pelo ofício, é porque estão anotados no cartão. Resta saber, no entanto se a informação foi alterada ou inserida por terceiros.

A Controladoria-Geral da União (CGU) informou nesta sexta-feira por meio de nota que há uma investigação em andamento sobre a suposta alteração de dados no cartão de vacinação do ex-presidente.

A CGU avalia a revogação do sigilo do documento e havia expectativa que pudesse haver uma decisão ainda nesta semana. Mas a existência dessa investigação deve atrasar uma definição do caso, uma vez que uma decisão depende de análise jurídica.

"A CGU informa que há, de fato, uma investigação preliminar sumária em curso no âmbito da Corregedoria-Geral da União, iniciada nos últimos dias do governo anterior, envolvendo denúncia de adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro", declarou a CGU em nota.

"Considerando que a investigação é sigilosa e não está concluída, a CGU submeteu a matéria à avaliação de sua Consultoria Jurídica para emitir parecer quanto à viabilidade de divulgação da decisão sobre o sigilo relacionado a esse tema, por estar em curso a apuração correcional", acrescentou.