Democracia é inegociável, diz Fux em balanço de primeiro ano à frente do STF

Reuters

Publicado 22.09.2021 14:56

Atualizado 22.09.2021 15:30

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou nesta quarta-feira que a democracia é inegociável e que a corte não ficou parada, mas sim se mostrou estável e coesa para assegurar o regime, em um balanço de primeiro ano à frente do Poder Judiciário.

"Neste próximo ano de gestão, continuaremos a nossa caminhada com independência, diligência e comprometimento, no labor pela melhoria dos serviços prestados ao país sem prejuízo de velarmos dia após dia, pelas instituições que nos fazem republicanos e pela nossa inegociável democracia brasileira", disse.

Durante a gestão de Fux, ministros do STF foram alvo de ataques duros do presidente Jair Bolsonaro, que inclusive chegou a pedir o impeachment de Alexandre de Moraes ao Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou o pedido.

Recentemente, no protesto de 7 de Setembro, o presidente defendeu a saída de Moraes do STF e que afirmou que desobedeceria decisões judiciais dele. Esse movimento gerou forte reação do Judiciário, com Fux dizendo que a eventual desobediência significaria crime de responsabilidade. Posteriormente, Bolsonaro fez um ensaio de recuo ao divulgar uma carta à nação dizendo que não quis agredir as instituições.

DEFESA INTRANSIGENTE

No pronunciamento, sem citar Bolsonaro, Fux disse que muito se orgulha de representar o Supremo ao citar que ao longo da história a corte atuou pela defesa intransigente dos direitos e garantias fundamentais do povo brasileiro. Ele disse que trabalha para garantir as prerrogativas da corte e resguardar a Constituição.

"Não obstante essa honra indescritível, o desempenho da missão de presidir a Suprema Corte brasileira tem sido desafiador, especialmente ao considerarmos o contexto da pandemia da Covid-19 e a complexidade do ambiente político", disse.

"Para além da crise sanitária que vivenciamos, a atual conjuntura trouxe reflexos político-institucionais e socioeconômicos, que tem testado o vigor das nossas instituições políticas", emendou.

Segundo Fux, a despeito das dificuldades, o Supremo não ficou parado, mas atuou de forma estável, resiliente e coesa assegurando o regime democrático e buscando reduzir os conflitos em prol da segurança jurídica.