EUA derrubam suposto balão espião chinês

Reuters

Publicado 04.02.2023 18:07

Por Phil Stewart e Steve Holland e Jeff Mason

WASHINGTON (Reuters) - Um caça militar dos Estados Unidos abateu um suposto balão espião chinês que flutuava sobre a costa da Carolina do Sul neste sábado, encerrando uma saga dramática que chamou a atenção para o agravamento das relações sino-americanas.

"Derrubamos com sucesso e quero cumprimentar nossos aviadores que conseguiram", disse o presidente Joe Biden.

O ataque ocorreu logo depois que o governo dos EUA ordenou a suspensão dos voos na costa da Carolina do Sul devido ao que disse no momento ser um "esforço de segurança nacional" não revelado.

Washington classificou o balão como uma "clara violação" da soberania dos EUA.

O secretário de Defesa, Lloyd Austin, anunciou a derrubada, dizendo que o balão estava sendo usado pela China "em uma tentativa de vigiar locais estratégicos na área continental dos Estados Unidos".

Biden afirmou neste sábado que disse ao Pentágono na quarta-feira para abater o balão espião chinês o mais rápido possível.

Um fotógrafo da Reuters que testemunhou o ataque disse que algo partiu de um jato e atingiu o balão, mas não houve uma explosão. O balão em seguida, começou a cair, disse o fotógrafo.

Líderes militares no início desta semana haviam recomendado não derrubar o balão quando ele estava sobre Montana devido ao risco de queda de destroços, disseram autoridades.

O fotógrafo da Reuters na área de Myrtle Beach pôde ver o balão espião suspeito acima, com dois jatos militares dos EUA voando ao lado dele.

A China lamentou que um "dirigível" usado para fins meteorológicos e científicos civis tenha se desviado para o espaço aéreo dos EUA.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse no sábado que o voo do "dirigível" sobre os Estados Unidos foi um acidente de força maior e acusou os políticos e a mídia dos EUA de tirar vantagem da situação para desacreditar Pequim.

O suposto balão espião chinês levou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar uma visita a China esta semana, que deveria começar na sexta-feira.

O adiamento da viagem de Blinken, que havia sido acertada em novembro por Biden e o presidente chinês, Xi Jinping, é um golpe para aqueles que a viam como uma oportunidade tardia de estabilizar uma relação cada vez mais conturbada entre os dois países.