Houthis prometem "forte resposta" após novo ataque dos EUA

Reuters

Publicado 13.01.2024 13:35

Por Idrees Ali e Phil Stewart e Mohammed Ghobari

WASHINGTON/ÁDEN (Reuters) - O movimento Houthi ameaçou uma "resposta forte e efetiva" após os Estados Unidos realizarem outro ataque contra o Iêmen durante a noite, acirrando ainda mais as tensões e com Washington, que prometeu proteger navios dos ataques do grupo alinhado ao Irã.

Os ataques aumentaram a preocupação com uma escalada do conflito que se espalhou pela região desde que o grupo militante palestino Hamas e Israel entraram em guerra, com aliados do Irã em Líbano, Síria e Iraque também participando do confronto.

O mais recente ataque, que segundo os EUA atingiu um radar, foi realizado dias após dúzias de ataques norte-americanos e britânicos contra instalações dos Houthis no Iêmen.

"Esse novo ataque terá uma resposta firme, forte e efetiva", afirmou o porta-voz dos Houthis, Nasruldeen Amer, à Al Jazeera, acrescentando que não houve ferimentos ou "danos materiais".

Mohammed Abdulsalam, outro porta-voz Houthi, disse à Reuters que os ataques, incluindo o que atingiu uma base militar em Sanaa durante a noite, não teve um impacto significativo na capacidade do grupo de evitar que navios associados a Israel passem pelo Mar Vermelho e pelo Mar Arábico.

Hans Grundberg, enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iêmen, pediu máxima contenção neste sábado para "todos os envolvidos" no Iêmen e alertou para uma situação cada vez mais precária na região.

Os Houthis dizem que sua campanha marítima tem o objetivo de apoiar os palestinos, sob um cerco e ataque de Israel em Gaza, governada pelo Hamas, que tem o apoio do Irã. Muitos dos navios que eles atacaram não tinham conexão conhecida com Israel.

O grupo, que controla Sanaa e grande parte do oeste e do norte do Iêmen, também usou drones e disparou mísseis em ataques contra Israel.

Mesmo com líderes Houthis prometendo retaliação, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou na sexta-feira que pode ordenar mais ataques, se os militantes não pararem com a ofensiva contra navios comerciais e militares em uma das vias navegáveis mais economicamente importantes do mundo.

"Vamos assegurar que responderemos aos houthis se eles continuarem com esse comportamento ultrajante", disse Biden a repórteres.

O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que os primeiros ataques atingiram a capacidade dos Houthis de armazenar, lançar e guiar mísseis ou drones, que o grupo usa para ameaçar os navios. Afirmou que Washington não tem interesse em uma guerra com o Iêmen.