Oi (OIBR3):  Prejuízo e consumo de caixa preocupam analistas; Genial rebaixa ação

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 23.05.2023 11:57

Investing.com – Em mais um trimestre com prejuízo, o consumo de caixa e endividamento elevado da Oi (BVMF:OIBR3) continuam a preocupar analistas. Após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022 após o fechamento do pregão de ontem, 22, a Genial Investimentos rebaixou a classificação do papel de manutenção para venda.

Às 11h54 (de Brasília) desta terça-feira, 23, as ações ordinárias da Oi recuavam 0,90%, a R$1,10. Enquanto isso, as ações preferenciais estavam em baixa de 0,80%, a R$2,48.

A companhia de telefonia Oi, que está em um segundo processo de recuperação judicial, reportou prejuízo líquido de R$17,663 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, uma piora de 396,3% em relação ao resultado negativo de R$3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. A dívida líquida caiu 41,4% na base anual, chegando a R$19,079 bilhões, mas subiu contra os R$18,334 bilhões no trimestre anterior.

“O ano de 2022 foi um ano de grandes marcos para a Oi, mas um dos mais importantes foi, sem dúvida, a mudança definitiva do modelo operacional da Companhia com a conclusão da venda das principais UPIs previstas no Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial”, detalhou a Oi em release de resultados.

“Com os recursos da venda das operações, reduzimos de maneira significativa o volume de endividamento da Companhia, com pagamento integral efetuado a vários credores, como, por exemplo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, sabemos que ainda enfrentamos desafios importantes para a sustentabilidade futura”, completa a empresa no documento.

h2 O que dizem os analistas/h2

Segundo a Genial Investimentos, que divulgou relatório sobre a companhia, o balanço representou “mais do mesmo”, com dados decepcionantes e abaixo das expectativas. A receita líquida consolidada de R$2,6 bilhões ficou 6,3% inferior ao projetado, diante da conclusão das alienações dos ativos.

Ainda que a Genial considere como positiva a aprovação do Conselho a respeito do processo de recuperação judicial, a empresa sofre com geração de caixa e possui perspectivas incertas para os próximos trimestres. A Genial aponta que a Oi conta com relação dívida líquida/EBITDA (rotina) de 48,2x.

De acordo com os analistas Antonio Cozman, Felipe Mattar e Iago Souza, os custos vieram acima do esperado, com elevação das despesas decorrentes do novo modelo operacional na área de fibra.

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Por isso, a Genial rebaixou a classificação de manutenção para venda, com redução no preço-alvo de R$2,30 para R$1,40.

Também em relatório, o banco BTG (BVMF:BPAC11) destacou as melhores margens, mas consumo de caixa registrado no balanço. As receitas de operações continuadas subiram 6% ao ano, enquanto as receitas do negócio de fibra da Oi cresceram 26% na mesma comparação, mas os analistas apontaram o crescimento mais lento da receita de fibra no período.

“Em relação à expansão da rede, o ritmo manteve-se forte, com V.Tal ultrapassando mais 1,4 milhão de residências com fibra”, ponderam os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla.

Os analistas apontaram ainda o consumo de caixa de R$ 367 milhões e ajustes de valor justo sobre sua dívida. Em relação ao novo plano de recuperação judicial, o BTG avalia que os valores previstos para a venda dos ativos são exagerados. Ainda assim, o banco possui indicação neutra para as ações da Oi, com preço-alvo de R$2,50 para as ações ordinárias.

A saúde financeira da Oi é considerada como baixa, segundo a plataforma InvestingPRO, que reúne projeções e informações de diversos analistas. Para verificar a saúde financeira, são avaliados mais de 100 critérios. Saiba mais sobre como esse indicador funciona.