Reuters
Publicado 10.05.2021 17:18
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, rejeitou abrir investigação contra o presidente Jair Bolsonaro para apurar se houve crime em razão de depósitos de cheques feitos na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na época em que ele era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Aras disse que o caso envolvendo Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz já foi alvo de denúncia pelo Ministério Público do Rio e que não houve durante as investigações notícia de crime cometido pelo presidente.
"Inexiste notícia, porém, de que tenham surgido, durante a investigação que precedeu a ação penal em curso, indícios do cometimento de infrações penais pelo presidente da República", disse Aras na manifestação.
"Os fatos noticiados, portanto, isoladamente considerados, são inidôneos, por ora, para ensejar a deflagração de investigação criminal, face à ausência de lastro probatório mínimo", acrescentou.
Aras pediu ao STF que arquive o pedido de apuração apresentado por um advogado.
Queiroz, que chegou a ser preso por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, depositou 72 mil reais em cheques na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2018 -- período em que é suspeito de operar a chamada "rachadinha".
Além dos valores depositados por Queiroz, a mulher do ex-assessor parlamentar também fez repasses, no valor total de 17 mil reais, à Michelle Bolsonaro, em 2011.
Bolsonaro já reconheceu que os cheques depositados por Queiroz na conta da primeira-dama eram para ele próprio, afirmando serem pagamento de um empréstimo que teria feito a Queiroz.
Escrito por: Reuters
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