Senadores recorrem ao STF para obrigar agendamento de sabatina de Mendonça

Reuters

Publicado 16.09.2021 18:20

Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) apresentaram nesta quinta-feira uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a marcar a sessão de sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma cadeira na Suprema Corte.

Senadores alegam que Alcolumbre, ex-presidente do Senado, se recusa a marcar a sabatina de Mendonça. Ele teve o nome encaminhado ao Senado ainda em 13 de julho.

A ação relata ter havido questionamentos ao presidente da CCJ para que ele venha a agendar a sabatina do indicado, mas não houve resposta.

"Ora, se o Senado da República não escolhe e tampouco elege Ministros do Supremo Tribunal Federal, mas apenas aprecia a indicação realizada pelo presidente da República, é imprescindível que haja a pronta e tempestiva designação de sessão para essa finalidade, uma vez formal e solenemente enviada a mensagem pelo chefe do Poder Executivo", afirma o documento.

"Não pode o atual presidente da Comissão em questão valer-se da posição que ocupa para postergar sem qualquer fundamento razoável a realização de sabatina, especialmente considerando-se que o interesse público é gravemente aviltado em razão de sua inércia", reforça o documento dos senadores.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que vai conversar com Alcolumbre para encontrar um caminho de consenso a fim de resolver essa questão.

Indicado por Bolsonaro para a cadeira aberta com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, Mendonça tem tido dificuldades para ter seu nome aprovado.

Ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, Mendonça foi uma escolha do presidente para contemplar o apoio dos evangélicos, mas nos bastidores não tem contado com o apoio do próprio governo.