Crescimento dos EUA desacelera no 4º tri, mas gasto do consumidor é forte

Reuters

Publicado 30.01.2015 15:17

Crescimento dos EUA desacelera no 4º tri, mas gasto do consumidor é forte

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou com força no quarto trimestre, com os gastos empresariais fracos e o déficit comercial maior ofuscando os gastos dos consumidores, que marcaram o melhor resultado desde 2006.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em ritmo anual de 2,6 por cento após a espetacular taxa de 5 por cento apurada no terceiro trimestre, informou o Departamento do Comércio em sua primeira projeção do PIB nesta sexta-feira.

A desaceleração, que se segue a dois trimestres seguidos de crescimento bastante forte, deve durar pouco dada a enorme ajuda dos preços mais baixos da gasolina. A maioria dos economistas acredita que os fundamentos nos Estados Unidos são fortes o suficiente para amortecer o impacto vindo do enfraquecimento das economias externas.

Para 2014 como um todo, a economia cresceu 2,4 por cento contra 2,2 por cento em 2013. O relatório foi divulgado dois dias depois de o Federal Reserve ter dito que a economia estava crescendo a um "ritmo sólido", uma avaliação melhor que mantém o banco central norte-americano no caminho de elevar a taxa de juros ainda este ano.

O Fed tem mantido os juros de curto prazo perto de zero desde dezembro de 2008 e a maioria dos economistas espera uma alta em meados deste ano.

Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, avançaram a um ritmo de 4,3 por cento no quarto trimestre, o mais forte desde o primeiro trimestre de 2006 e uma aceleração ante os 3,2 por cento do terceiro trimestre.

Segundo os dados do governo, os preços da gasolina despencaram 43 por cento desde junho segundo dados do governo dos EUA, deixando os norte-americanos com mais dinheiro para outros gastos. O fortalecimento do mercado de trabalho, apesar do fraco crescimento dos salários, também ajuda.

O forte ritmo dos gastos dos consumidores, entretanto, foi ofuscado pela queda nos gastos de capital. Os gastos empresariais com equipamentos recuaram a uma taxa de 1,9 por cento, a maior contração desde o segundo trimestre de 2009.