GP e Neoenergia estão entre interessados em distribuidoras da Eletrobras, diz fonte

Reuters  |  Autor 

Publicado 12.01.2018 20:50

GP e Neoenergia estão entre interessados em distribuidoras da Eletrobras, diz fonte

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A gestora de recursos GP Investimentos e a elétrica Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola (MC:IBE), estão no rol de interessados no leilão de privatização de seis distribuidoras de eletricidade da estatal Eletrobras (SA:ELET3), que governo e empresa esperam realizar até abril, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.

As empresas somam-se a outros investidores que já demonstraram publicamente interesse nos ativos, como as elétricas brasileiras Energisa (SA:ENGI4) e Equatorial (SA:EQTL3), a italiana Enel (MI:ENEI) e a gestora de recursos Vinci.

O governo do presidente Michel Temer anunciou em agosto passado planos de desestatizar a Eletrobras como um todo, mas a venda das distribuidoras, que atuam no Norte e Nordeste e são fortemente deficitárias, deverá acontecer antes.

A venda das distribuidoras é vista como importante para garantir o interesse de investidores na privatização da maior holding de energia da América Latina. A desestatização da Eletrobras tem sido prometida pelo governo ainda para 2018.

A fonte, próxima às negociações para a privatização, disse ainda acreditar que nenhuma empresa irá dominar a licitação das distribuidoras, o que provavelmente resultará em uma "pulverização" dos ativos, com diferentes vencedores.

"Interesse, tem. A impressão é que dificilmente um mesmo grupo ficará com as empresas. Está mais para pulverizar", disse a fonte, que falou sob a condição de anonimato porque as tratativas com os possíveis investidores são sigilosas.

Procuradas, GP Investimentos e Neoenergia não comentaram de imediato.

O modelo proposto pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a privatização das distribuidoras prevê que a Eletrobras assuma cerca de 11,2 bilhões em dívidas das empresas para vendê-las a um valor simbólico de 50 mil reais.

A Eletrobras ainda poderá assumir direitos e obrigações das empresas junto a fundos do setor elétrico, como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).