Bolsa indica leve alta apesar de disputa entre Maia e Temer em dia de ata do Fed

Investing.com - O pregão começa com um clima de tensão entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o Planalto, após o deputado decidir não colocar mais em votação medidas provisórias depois de não conseguir ter quórum para apreciar a MP da Leniência, que deverá perder a validade. No cenário internacional, o grande tema do dia será a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, às 15h.

O Ibovespa Futuros opera perto da estabilidade após ter conseguido reverter a abertura no negativo. Às 9h20, o índice sobe menos de 0,1% aos 77.028 pontos. Ontem, o Ibovespa disparou 1,55% e fechou no maior patamar da história aos 76.897 pontos.

Enquanto o governo estava focado na leitura do parecer contrário o prosseguimento da denúncia contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a MP 784, conhecida como MP da Leniência, de interesse do BC e do setor financeiro, não garantiu quórum para ser votada.

Maia em um gesto público de tentar se descolar do impopular governo Temer, encerrou a sessão e disse a falta de interesse da base aliada impediu a votação do tema, que deverá perder a validade. O deputado informou ainda que não deverá colocar em votação medidas provisórias que não tratem de tema urgentes, o que poderá complicar a estratégia do governo de usar as MPs para assuntos como reformas e ajuste fiscal.

O tom de disputa, que não deverá se prolongar, pode mesmo assim pesar sobre o Ibovespa e dar um sinal de realização dos lucros do último pregão.

Ainda em Brasília, um tema lateral com possível impactos político-econômicos futuros é a decisão do STF se tem poder para afastar um parlamentar sem a necessidade de consultar o Congresso. Com o avanço da Lava Jato, uma decisão que garanta à Suprema Corte mais poder pode trazer mais instabilidade para a base aliada no futuro. O caso em julgamento é o de recolhimento noturno e afastamento das atividades no Senado de Aécio Neves.

As vendas no varejo decepcionaram ao recuarem 0,5% em agosto, contrariando expectativa de alta de 0,2%.

No cenário internacional, o clima é de cautela e marcação de posições enquanto os investidores aguardam a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve. O documento será publicado às 15h e os traders buscarão por um posicionamento mais hawkish ou dovish em relação ao aumento de juros do país, ao comparar com a fala firme da presidente do banco Janet Yellen, que praticamente garantiu uma alta de juros em dezembro.

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Um tom mais hawkish deverá ter efeito de elevar o dólar frente ao real e pesar temporariamente sobre o Ibovespa e um sinal dovish, trará um movimento inverso. Dois dirigentes do banco falam publicamente hoje.

Os futuros do Dow, Nasdaq e do S&P 500 recuam 0,1% na primeira hora de negociação.

Commodities

O petróleo perdeu força e deu sinal para uma realização de lucros após ter uma manhã positiva na sequência de relatório mensal da Opep que reviu para cima as projeções de crescimento da demanda. O WTI sobe 0,1% para US$ 50,98 o barril, enquanto o Brent cede 0,1% para US$ 56,55 o barril.

O minério de ferro voltou a registrar um pregão de perdas ao recuar 0,9% nos contratos futuros negociados em Dalian, que fecharam a 436 iuanes a tonelada. Em Qingdao, cotação da entrega spot desvalorizou 2,2% para US$ 59,65 a tonelada.

Mundo corporativo

O governo federal avalia um acordo com o Estado de São Paulo para que concessões de hidrelétricas da estatal paulista Cesp (SA:CESP6) possam ser renovadas no futuro, o que poderia intensificar o apetite de investidores pela privatização da empresa, disse à Reuters o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

O Cade considerou complexa a compra pelo grupo mexicano Petrotemex da Companhia Petroquímica de Pernambuco (PSuape) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), ativos da Petrobras (SA:PETR4). A companhia conseguiu no TRF5 a aprovação da compra de fatia do campo Carcará para a Statoil.

O Bradesco (SA:BBDC4) anunciou que seu presidente-executivo, Luiz Carlos Trabuco Cappi, será o novo presidente do conselho de administração do banco, após renúncia de Lázaro de Mello Brandão do cargo. Trabuco acumulará os dois cargos até a primeira reunião do conselho a ser realizada após assembleia geral ordinária de acionistas prevista para março de 2018, quando então será eleito um novo diretor-presidente do segundo maior banco privado do país.

O conselho de administração da Helbor (SA:HBOR3) aprovou nesta terça-feira um aumento de capital de até R$ 280 milhões mediante emissão de no máximo 140 milhões de novas ações ordinárias.

A Cosan (SA:CSAN3) informou nesta terça-feira que a petroleira Shell exerceu uma opção de venda de suas ações na Comgás (SA:CGAS5). Segundo a empresa, o valor intrínseco da operação junto à petroleira pelos papéis da distribuidora de gás natural é de R$ 1,16 bilhão.

O conselho de administração da Itaúsa (SA:ITSA4) aprovou a elevação do limite de recompra de ações para até 153,7 milhões de papéis.

A Gol (SA:GOLL4) teve alta de 5% na demanda total por voos em setembro ante igual mês do ano passado, ao passo que a oferta subiu 2% no período. No segmento doméstico, a demanda avançou 4,1%, enquanto a oferta teve aumento de 0,7%. Já nos voos internacionais, a Gol registrou alta de 13,1% tanto na demanda como na oferta de voos.

A Even (SA:EVEN3) registrou lançamentos de R$ 271 milhões e vendas de R$ 332 milhões no terceiro trimestre.