EXCLUSIVO-Amazon.com conversa com Natura e Boticário para vender cosméticos no Brasil, dizem fontes

Reuters  |  Autor 

Publicado 14.06.2018 15:07

EXCLUSIVO-Amazon.com conversa com Natura e Boticário para vender cosméticos no Brasil, dizem fontes

Por Gram Slattery e Jeffrey Dastin

SÃO PAULO (Reuters) - A Amazon.com (NASDAQ:AMZN) está recrutando importantes empresas brasileiras de cosméticos como o Grupo Boticário e a Natura (SA:NATU3) para vender seus produtos na plataforma logística que está desenvolvendo no Brasil, disseram à Reuters três fontes familiarizadas com o assunto, ensaiando uma entrada no quarto maior mercado de beleza do mundo.

A Amazon está disposta a abocanhar uma parte dos quase 30 bilhões de dólares gastos em maquiagem, tratamentos de cabelo e outros itens de cuidados pessoais no Brasil, um mercado que fica atrás somente dos Estados Unidos, da China e do Japão.

A agressiva incursão da gigante de ecommerce em cosméticos no país, menos de um ano após ter expandido sua atuação além de livros e streaming de vídeos na maior economia da América Latina, transforma o roteiro habitual da companhia.

Em outros mercados, a Amazon se concentrou em produtos de beleza décadas após se estabelecer em segmentos relevantes como eletrônicos, brinquedos e itens domésticos.

Procurada pela Reuters, a Amazon disse que "nos últimos cinco anos, desde o lançamento da Amazon.com.br, realizamos centenas de reuniões com potenciais vendedores e fornecedores sobre seus negócios no Brasil e possíveis planos futuros", acrescentando que a companhia não especula sobre os planos futuros.

Nem a Natura nem o Boticário responderam aos pedidos de comentários.

Uma parceria com a Amazon aceleraria a abordagem cautelosa das principais empresas brasileiras de cosméticos em relação ao ecommerce, enquanto tentam proteger as margens de lucro e as relações de longa data com tradicionais canais de venda.

A Natura vinha relutando em modificar sua rede de mais de 1 milhão de "consultoras" para venda direta, atendo-se a um modelo de negócios iniciado pela Avon Products (NYSE:AVP).

Em 2014, a Natura começou a oferecer aos vendedores independentes ferramentas para permitir compras online, que agora respondem por menos de 4 por cento do total de vendas.

Uma fonte com conhecimento direto dos planos da Natura disse que a companhia se reuniu na semana passada com a Amazon, mas que ainda estava avaliando a proposta.

O Grupo Boticário, de capital fechado, contou com franqueados para montar uma rede de cerca de 4 mil lojas. A empresa agora pode vender produtos sem marca própria por meio das plataformas da Amazon no Brasil, assim como a fabricante de maquiagens Revlon, disse uma das fontes, que pediu anonimato porque as discussões ainda estão em andamento.

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A pessoa disse que as conversas entre as companhias começaram "bem recentemente" e que o Grupo Boticário não queria vender produtos de marca própria nas plataformas da Amazon "por enquanto".

Até o momento, a Amazon dependia de terceiros vendendo os próprios produtos por meio do seu site, mas várias medidas este ano sugerem que a companhia está intensificando a presença logística no país.