Reuters
Publicado 26.05.2017 18:39
Atualizado 26.05.2017 18:50
Justiça questiona Aneel sobre cumprimento de liminar que reduz indenização a elétricas
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A Justiça intimou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que o órgão regulador apresente explicações sobre o alegado descumprimento de uma liminar que suspendeu parcialmente o repasse às tarifas de quase 60 bilhões de reais em indenizações que a União deve a empresas de eletricidade como Eletrobras (SA:ELET3) e Cteep (SA:TRPL4).
Se a juíza concordar com a posição da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), autora da ação judicial, poderá haver mudanças nos valores de indenização previstos às empresas.
A Abrace conseguiu em abril uma liminar que impediria a Aneel de incluir nessas indenizações uma remuneração financeira devida porque os pagamentos deveriam ter sido feitos originalmente em 2013. [nL1N1HJ0FG]
A Abrace defende que essa remuneração soma 35,2 bilhões de reais, se considerados todos os consumidores, embora a ação judicial proteja apenas os sócios da entidade, para quem a conta representaria cerca de 14 por cento desse total.
Mas a Aneel, ao cumprir a liminar, entendeu que a parcela a ser retirada das indenizações somaria um total de 9 bilhões de reais, e que o benefício valeria para todos os consumidores, não apenas os associados à Abrace.
"Nosso entendimento é que a decisão está sendo descumprida, ou está sendo cumprida de maneira aquém do que foi determinado", disse à Reuters o advogado Julião Coelho, que representa a Abrace na causa.
Em argumentos enviados à Justiça, Coelho foi mais duro, e disse que "a Aneel cria um kafkaniano jogo de palavras com as expressões 'juros', 'remuneração' e 'encargos moratórios' para descumprir a decisão liminar."
As indenizações serão pagas em oito anos por meio de repasses dos custos às tarifas a partir do segundo semestre deste ano.
No total, as compensações somam cerca de 59,6 bilhões de reais, dos quais 35,2 bilhões de reais são apenas componentes financeiros devido à demora na efetivação dos pagamentos.
As compensações bilionárias foram prometidas às empresas de energia pelo governo federal em 2012, quando a União decidiu renovar antecipadamente e com receitas menores uma série de contratos de concessão de linhas de transmissão de eletricidade de empresas como Eletrobras, Cteep, Cemig (SA:CMIG4) e Copel (SA:CPLE6).
Após a decisão judicial que pediu a retirada da atualização das indenizações, o Ministério de Minas e Energia chegou a dizer que o impasse em torno do valor das compensações poderia ser alvo de uma "solução negociada" e que tentaria avançar em um diálogo entre as partes envolvidas. [nE6N1G6056]
As indenizações, se aplicadas conforme previsto inicialmente, no valor integral, teriam um impacto médio de 7 por cento nas tarifas de energia neste ano, segundo a Aneel.
A Aneel vai sortear na segunda-feira um diretor para ser o relator do processo.
Não foi possível obter um comentário imediato da Aneel sobre o assunto.
Escrito por: Reuters
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.