Publicado 22.04.2018 15:12
Paraguai elege presidente neste domingo, candidato conservador é favorito
Por Daniela Desantis e Mariel Cristaldo
ASSUNÇÃO (Reuters) - O Paraguai está escolhendo um novo presidente nas eleições deste domingo, com o Partido entre os favorito, apesar de perda de assentos no Congresso, o que deve complicar a agenda pró-negócios e aumentar o risco de impostos maiores para o setor agrícola do país.
Mario Abdo, um ex-senador de 46 anos que fez campanha pelo Partido Colorado em uma plataforma anti-corrupção, apoia a atual política de impostos baixos destinada a estimular o investimento estrangeiro e a produção agrícola no Paraguai, quarto maior exportador de soja e importante fornecedor de carne bovina.
Abdo, que preparou o cenário para governar com uma minoria no Congresso ao pedir diálogo, prometeu combater a pressão para elevar os impostos, apesar de pedidos da oposição por tributos à exportação de soja.
Pesquisas de opinião antes das eleições mostraram Abdo entre 18 e 20 pontos na frente do candidato Efrain Alegre, advogado da coalizão de centro-esquerda GANAR. O presidente de saída, Horacio Cartes, que tentou e falhou em mudar a constituição para permitir que buscasse um segundo mandato consecutivo, concorre a um assento no Senado.
Abdo é o filho de uma secretária privada do ditador Alfredo Stroessner, que liderou o Paraguai com mão de ferro por 35 anos. Ele, que tinha 16 anos quando o regime de Stroessner acabou em 1989, prometeu respeitar os direitos humanos e as instituições democráticas se eleito.
"Eu vou liderar um amplo diálogo nacional", afirmou Abdo a repórteres antes de votar. Mais tarde, ele visitou a tumba de seu pai, assim como havia feito no dia da eleição primária em dezembro, quando foi nomeado pelo Partido Colorado.
As políticas conservadoras dele e seu histórico familiar são um motivo de preocupação para alguns eleitores, que têm dúvidas sobre seu compromisso de limpar o governo.
"Este é um país de corrupção e até encerrarmos isso não avançaremos. Mario Abdo é um filho da ditadura e não acho que ele governará bem", disse Edgar Gonzalez, 45 anos, a caminho da urna de votação em escola de ensino médio no bairro de classe média alta de Trinidad, em Assunção.
(Por Hugh Bronstein)
(Por Gabriela Mello)
Escrito por: Reuters
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