Resumo da semana: Balanços fracos relembram que o país segue em recessão

Investing.com

Publicado 29.07.2016 18:47

Resumo da semana: Balanços fracos relembram que o país segue em recessão

A temporada de balanços do segundo trimestre ganhou força nesta semana e seus resultados fracos ajudaram a trazer de volta a realidade da forte recessão que o Brasil atravessa, deixada um pouco de lado nos últimos tempos com a confiança nos planos da nova equipe econômica.

A semana foi especialmente dura para a Embraer (SA:EMBR3), Pão de Açúcar e Bradesco, que apresentaram resultados ruins e reduziram as projeções de ganhos para o ano.

A ação da fabricante de aviões registrou o pior desempenho da semana no Ibovespa ao recuar 14,6% e fechar negociada a R$ 14,83, mínima desde janeiro de 2013. O balanço publicado na sexta-feira mostrou prejuízo de R$ 337 milhões, sendo cerca de R$ 670 milhões (US$ 200 milhões) provisionados por causa encerrar ação nos EUA que investiga de suborno a autoridades na República Dominicana. A empresa cortou ainda a previsão de vendas de aeronaves.

O Bradesco (SA:BBDC4) foi atingido por uma tempestade na quinta-feira após divulgar um balanço fraco, com revisão que passou a prever retração na expectativa da carteira de crédito neste ano e aumento da inadimplência. Horas depois de divulgar o resultado trimestral, dez executivos do banco, entre eles o presidente Luiz Carlos Trabuco, viraram réus na Operação Zelotes, que investiga corrupção no Carf.

No varejo, a ação do Pão de Açúcar (SA:PCAR4) perdeu 10% na semana após divulgar prejuízo de R$ 583 milhões e revisar os dados do ano passado, que passaram a refletir fraudes na Cnova de R$ 816 milhões.

Ibovespa. A semana, contudo, foi positiva no principal índice da bolsa brasileira, acumulando ganhos de 11% no mês, com forte apoio de siderúrgicas, Vale (SA:VALE5) e Petrobras (SA:PETR4). O Ibovespa fechou julho a 57.308 pontos, maior patamar desde maio do ano passado.

Dólar. A moeda perdeu força nesta semana com as perspectivas cada vez mais distantes de novo aumento de juros nos EUA, especialmente após o fraco resultado do PIB do segundo trimestre. No último pregão do mês, o dólar encerrou negociado a R$ 3,25.

Petrobras. A empresa voltou a mostrar força no Ibovespa e segurou a cotação apesar da derrocada do petróleo, que tocou na mínima de três meses. Os investidores passaram a apostar mais na empresa com a sequência de anúncios de venda de ativos, aparentando avanços nas negociações do plano de desinvestimento. A Petrobras divulgou que o conselho aprovou, pela primeira vez, a venda de ativos no pré-sal com o acordo de US$ 2,5 bilhões para repassar à Statoil sua fatia em um bloco da Bacia de Santos. Nesta semana, a empresa concluiu a venda da subsidiária argentina e anunciou acordo de exclusividade para venda da Petroquímica Suape com a mexicana Alpek.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Eletrobras (SA:ELET3). O novo CEO da estatal de energia defendeu que a empresa foque em rentabilidade, agilize a venda de ativos, especialmente distribuidoras, e que deixe se ser comandada como braço político do governo.

Ambev (SA:ABEV3). A gigante de bebidas divulgou um fraco resultado trimestral com corte nas previsões de receitas para o ano no Brasil. A ação recuou 3%.

Usiminas (SA:USIM5). Principal destaque positivo no Ibovespa com ganhos de 33,5%, a empresa publicou balanço com redução no prejuízo, que ficou em R$ 123 milhões no segundo trimestre.

BRF (SA:BRFS3). O lucro do segundo trimestre caiu 91,6%, mas a empresa traçou um cenário positivo para os próximos períodos.

Vale. A mineradora anunciou redução em 30% no lucro do segundo trimestre, que fechou em R$ 3,6 bilhões. O resultado foi fortemente impactado pelo rompimento da barragem da Samarco no ano passado.

h2 Commodities/h2

Petróleo. A commodity cedeu fortemente nesta semana e foi negociada a US$ 42 com o aumento do pessimismo em relação à sobreoferta. Dados dos EUA apontam que os produtores aumentaram a exploração de petróleo, o que pode reduzir o ritmo de redução na extração do país, ou até mesmo, inverter a tendência. Os estoques subiram e surpreenderam o mercado colocando mais pressão sobre a commodity. No fim da semana, o fraco PIB dos EUA que, por um lado apontam para menor demanda, arrefeceu as crenças em um dólar mais forte com o aumento de juros, o que valorizou os demais ativos negociados na moeda.

Aço. A China cortou em 13 milhões de toneladas a capacidade instalada e prevê reduções ainda maiores no segundo semestre.

Soja. A AGR Brasil prevê crescimento de 2% na área plantada de soja para a safra 2016/17. A safra atual foi revisada para baixo pela Abiove, que passou a prever colheita de 96,6 milhões de toneladas.

Açúcar. A produção do Centro-Sul deverá crescer 30% na safra 2016/17, segundo a Unica.

h2 Indicadores/h2

Juros dos EUA. O Fed decidiu manter as taxas de juros do país inalteradas e manteve sobre a mesa a possibilidade de elevar juros ainda este ano.

Inflação. O IGP-M caiu para 0,18% em julho. IPC-Fipe cedeu para 0,72% na terceira quadrissemana de julho. IPC-S recuou para 0,36%.

Desemprego. O índice subiu para 11,3%, segundo a Pnad Contínua. O Caged divulgou corte de 91 mil vagas em junho.

Déficit. O déficit primário foi recorde para junho com R$ 10,06 bilhões.

Arrecadação. O governo recolheu 7,14% menos impostos e registrou o pior resultado de junho desde 2010.

Dívida. O endividamento público subiu 3,4% em junho.

BoJ. O Banco do Japão anunciou medidas de estímulo à economia que frustraram os investidores.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações