EPA desiste de alterar programa de renováveis nos EUA após pressão política

Reuters

Publicado 20.10.2017 15:08

EPA desiste de alterar programa de renováveis nos EUA após pressão política

Por Jarrett Renshaw

NOVA YORK (Reuters) - A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) recuou de uma série de mudanças polêmicas no programa de biocombustíveis do país depois da reação de legisladores de Estados produtores de milho, que temiam cortes na demanda por etanol, informou o órgão em carta enviada aos políticos vista pela Reuters.

O administrador da EPA, Scott Pruitt, disse na carta, datada de 19 de outubro, que a agência vai manter ou mesmo elevar os mandatos de volumes de biocombustíveis no próximo ano, revertendo um movimento inicial que poderia acarretar em cortes nessas obrigações.

A medida marca uma grande vitória para a indústria de biocombustíveis e parlamentares de Estados produtores de milho como Iowa, Nebraska e Illinois, ao mesmo tempo em que é uma derrota para refinarias como PBF Energy e Valero Energy, que esperavam que a administração do presidente Donald Trump ajudasse com algum alívio regulatório.

A carta pode acabar com a incerteza em torno do futuro do Padrão de Combustíveis Renováveis dos EUA (RFS, na sigla em inglês) sob a administração de Trump, que tem mexido com os mercados de commodities e energia por meses.

O programa, que obriga as refinarias a aumentar ano a ano o total de etanol e outros biocombustíveis usados na matriz energética nacional, estava para ser totalmente modificado pelo governo do republicano.

Pruitt também disse que a EPA não buscará outra ideia aventada pela liderança da agência que permitiria que o etanol exportado fosse contado nessas cotas de volume.

Ele disse ainda que a EPA não acredita que uma proposta para tirar a obrigação de mistura de biocombustíveis pelas refinarias seja apropriada, em um plano apoiado por representantes de uma série de companhias independentes de refino.

Parlamentares do Meio-Oeste, incluindo os republicanos Charles Grassley e Joni Ernst, haviam vocalmente se oposto às mudanças na EPA, chamando-as de uma traição às propostas do governo de apoiar o cinturão do milho.

Eles estavam preocupados que as medidas reduziriam a demanda doméstica por etanol, uma importante indústria na região.

"É um grande dia para Iowa e um grande dia para a América rural", disse Grassley em uma declaração.