Dólar recua ante o real após BC voltar a atuar no câmbio

Reuters  |  Autor 

Publicado 20.06.2018 13:05

Dólar recua ante o real após BC voltar a atuar no câmbio

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltava a operar com leve baixa ante o real nesta quarta-feira, com o Banco Central atuando novamente depois que o mercado começou um movimento de correção após a moeda norte-americana ter chegado a cair ao patamar de 3,70 reais mais cedo com maior alívio dos investidores com a cena política local.

Às 13:03, o dólar recuava 0,16 por cento, a 3,7382 reais na venda, depois de bater em 3,7064 reais na mínima da sessão, com queda de 1 por cento. Na máxima, foi a 3,7572 reais. O dólar futuro caía cerca de 0,35 por cento.

"Houve alguma realização depois de a moeda (norte-americana) ter ido a 3,70 reais", afirmou o profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional ao destacar a atuação de importadores.

Assim, o BC voltou a atuar no mercado, depois de ter ficado de fora na véspera, ao anunciar e vender integralmente a oferta de até 20 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares.

Esse foi o segundo leilão dessa semana com novos contratos, período em que o BC informou que injetaria o equivalente a 10 bilhões de dólares em swaps. Até agora, foram 2 bilhões de dólares.

A autoridade também já havia vendido a oferta integral de até 8.800 swaps para rolar os contratos que vencem em julho. Já rolou 6,160 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares e, se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, fará rolagem integral.

Mais cedo, o dólar foi negociada em queda diante de algum alívio com a cena política local. Levantamento do Instituto Paraná feito apenas no estado de São Paulo mostrou que o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) seguia liderando, com 21,4 e 21,6 por cento das intenções de votos em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa, seguido por Geraldo Alckmin (PSDB), com 18,4 e 19,1 por cento nos mesmos cenários sem o petista.

Em pesquisa realizada em fevereiro passado pelo mesmo instituto, também ouvindo apenas eleitores paulistas, Bolsonaro tinha 23,4 e 23,5 por cento nesses cenários, com Alckmin com 22,1 e 23,2 por cento.

O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após pesquisas eleitorais mostraram dificuldade dos candidatos que os investidores consideram como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

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Também pesou a greve dos caminhoneiros, em maio, que alimentou as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.

O recuo do dólar ante o real também foi influenciado pelo cenário externo, onde os mercados cambiais davam um respiro depois que a China sinalizou tolerância a uma moeda mais forte ao fixar um ponto médio diário mais forte do que o esperado. O dólar tinha leves variações ante uma cesta de moedas e recuava frente a algumas divisas de países emergentes.