Dólar recua para R$3,14 com aprovação da TLP e anúncio de privatizações

Reuters

Publicado 23.08.2017 17:17

Dólar recua para R$3,14 com aprovação da TLP e anúncio de privatizações

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - Uma conjunção de fatores considerados positivos pelo mercado, como a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) em comissão mista e o anúncio de novos ativos que serão privatizados pelo governo, levou o dólar a registrar a maior queda em mais de um mês e retornar ao nível de 3,14 reais.

O dólar recuou 1,22 por cento, a 3,1421 reais na venda, no maior recuo percentual desde a queda de 1,40 por cento de 12 de julho. Na mínima, a moeda foi a 3,1342 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,70 por cento.

"O dia teve de tudo e a somatória foi feliz", resumiu um profissional da mesa de câmbio de uma corretora.

O principal evento foi a votação, na comissão mista, da medida provisória que cria a TLP, depois do adiamento na véspera. No início da tarde, os parlamentares garantiram a vitória do governo por 17 votos a seis e havia uma expectativa de que a MP pudesse ser votada ainda nesta sessão no plenário da Câmara, indo para o Senado na próxima semana.

A MP perde a validade em 7 de setembro, daí a pressa do governo em aprová-la.

"A medida é extremamente importante para reduzir a taxa de juros estrutural do país", disse um operador da mesa de câmbio de uma corretora local.

A TLP vai substituir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reduzindo os subsídios e ajudando o governo a reequilibrar as contas públicas.

O dólar aprofundou as perdas ante o real no meio da tarde com duas notícias: o anúncio dos ativos que serão privatizados e uma entrevista publicada pela Reuters com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atual líder nas pesquisas de intenção de voto, na qual ele disse que pode não concorrer às eleições em 2018.

"Sem o Lula, um outro candidato do partido teria menos chances de vencer e, para o mercado, é positivo porque não entraria um partido menos comprometido com o controle das contas públicas", comentou o chefe da mesa de derivativos de uma corretora nacional.

Na entrevista, Lula critica o corte de gastos promovido pelo governo Temer e as privatizações.