Dólar sobe 1%, maior avanço em 2 meses e encosta em R$3,18, com cautela sobre reformas e exterior

Reuters

Publicado 17.08.2017 18:16

Dólar sobe 1%, maior avanço em 2 meses e encosta em R$3,18, com cautela sobre reformas e exterior

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou 1 por cento e encostou em 3,18 reais nesta quinta-feira, acompanhando a trajetória da moeda norte-americana no exterior num dia de maior aversão ao risco e com cautela dos investidores diante das dificuldades que o governo brasileiro deve enfrentar para aprovar as medidas fiscais e reformas no Congresso Nacional.

O dólar avançou 1,02 por cento, a 3,1785 reais na venda, maior alta desde 20 de junho (+1,40 por cento).

Na máxima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,1824 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,80 por cento no final da tarde.

"Analistas indicam que a base aliada está juntando as votações para cobrar mais (do presidente Michel) Temer", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em relatório.

A atual agenda econômica do governo no Legislativo é grande e foi imposta logo depois de que Temer teve de agir politicamente para garantir que a denúncia por crime de corrupção passiva contra ele fosse barrada na Câmara dos Deputados. Ou seja, usou boa parte de seu capital político já.

Nesta semana, o governo anunciou novas e maiores metas de déficit primário, que subirão a 159 bilhões de reais neste e no próximo ano, confirmando a tendência de deterioração das contas públicas e que pode ser ainda pior caso o Congresso Nacional não aprove medidas impopulares que foram apresentadas para limitar o rombo e aumentar as receitas.

Entre elas, a reoneração da folha de pagamento das empresas e elevação na contribuição previdenciária por funcionários públicos.

Além da aprovação das novas metas fiscais e suas medidas, o governo também quer garantir no Legislativo a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e o Refis, renegociação de dívidas tributárias. Isso sem contar a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.