Dólar vai a R$3,33, maior nível em quase 6 meses, com temor sobre reforma da Previdência

Reuters

Publicado 12.12.2017 17:48

Dólar vai a R$3,33, maior nível em quase 6 meses, com temor sobre reforma da Previdência

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta de quase 1 por cento nesta terça-feira, perto de 3,33 reais e no maior nível em quase seis meses, em meio a temores de que o governo não conseguirá colocar a reforma da Previdência em votação neste ano.

O dólar avançou 0,93 por cento, a 3,3281 reais na venda, maior patamar desde 23 de junho (3,3391 reais), acumulando em quatro sessões 3,02 por cento de valorização.

Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana foi a 3,3346 reais. O dólar futuro exibia valorização de cerca de 0,70 por cento no final da tarde.

"O mercado está em compasso de espera... o volume (de negociações), inclusive, tem diminuído", afirmou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

O governo continua trabalhando para conquistar os votos que faltam para aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano na Câmara dos Deputados, mas tem enfrentado dificuldades.

Com isso, decidiu antecipar para quinta-feira o início da discussão sobre a proposta no plenário da Câmara dos Deputados, com o objetivo de ter um quadro real de apoios com que poderá contar para tentar votar o texto na próxima semana, disse na véspera à Reuters uma fonte palaciana.

Apesar disso, diversos interlocutores falaram nesta terça-feira e sinalizaram a possibilidade de a votação ficar para o início do próximo ano, entre eles o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente Michel Temer, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Este último repetiu que é difícil votar a reforma na semana que vem, mas garantiu que continua trabalhando neste sentido.

"Essas declarações diminuem bem as apostas de que a reforma será votada na próxima semana", avaliou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

A expectativa pela votação da reforma da Previdência e o final do ano têm enxugado a liquidez do mercado, o que levou o Banco Central a fazer mais um leilão de linha, de venda com compromisso de recompra. Novamente, vendeu os 2 bilhões de dólares ofertados, da mesma forma que ocorreu no dia 5 de dezembro passado.