Reuters
Publicado 22.03.2017 11:42
Dólar sobe ante real com preocupações fiscais após governo mudar reforma da Previdência
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em leve alta ante o real nesta quarta-feira, com os investidores reagindo à concessão feita pelo governo na reforma da Previdência, alimentando preocupações de que possa prejudicar o ajuste fiscal do país.
Às 11:41, o dólar avançava 0,12 por cento, a 3,0936 reais na venda, depois de bater 3,1106 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,20 por cento.
"Ainda é um movimento tímido (do dólar)", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa, acrescentando que, caso mais à frente haja desvirtuamento ainda maior da reforma da Previdência, o cenário pode ser de altas mais intensas da moeda norte-americana.
Na véspera, o presidente Michel Temer anunciou que somente os servidores públicos federais serão atingidos pelas mudanças previstas na reforma da Previdência, deixando de fora servidores estaduais e de municípios, na tentativa de facilitar a tramitação da reforma no Congresso.
Essa reforma é considerada pelos agentes econômicos como fundamental para o país colocar suas contas públicas em ordem e, assim, engatar movimento de crescimento econômico sustentado.
O mercado também continuava monitorando os desdobramentos da operação Carne Fraca, que pode vir a afetar a balança comercial brasileira, já que muitos países anunciaram a interrupção temporária de compras do produto brasileiro.
Nesta manhã, foi a vez da África do Sul, que suspendeu as importações de carnes de estabelecimentos com suspeita de envolvimento em fraudes no Brasil.
No exterior, o dólar tinha leves altas sobre moedas de alguns países emergentes, como o peso chileno. Sobre uma cesta de moedas, o dólar tinha leve queda de cerca de 0,15 por cento.
O Banco Central brasileiro realiza mais um leilão de até 10 mil swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--para rolagem dos contratos que vencem em abril.
Escrito por: Reuters
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