Eleição de Trump derruba moedas de países emergentes
Investing.com
Publicado 11.11.2016 13:56
Eleição de Trump derruba moedas de países emergentes
Investing.com - A eleição de Donald Trump que surpreendeu o mundo na última quarta-feira de madrugada provocou uma desorganização no fluxo financeiro do mercado internacional, em um movimento que derrubou a cotação das moedas dos países emergentes, entre eles o real brasileiro.
A alta da moeda que disparou da casa dos R$ 3,15 no dia anterior à votação nos Estados Unidos para os quase R$ 3,50 hoje pela manhã está longe de ser um movimento isolado contra a divisa brasileira.
O peso mexicano foi de fato o mais afetado pelas incertezas provocadas pela ascensão de Trump ao cargo mais poderoso do planeta. O republicano repetidas vezes criticou os acordos comerciais em vigor e defendeu a revisão dos termos negociados para recuperar a indústria americana. Entre esses acordos está a Nafta - Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, em vigor desde 1994, essencial para a economia mexicana, que exporta cerca de US$ 300 bilhões para os EUA, quase 650% a mais do que antes do tratado, em 1993. As vendas para a maior economia do mundo representam quase 85% de todas as exportações mexicanas.
A moeda do país serviu como um barômetro durante a campanha para sentir a expectativa do mercado em relação à uma possível vitória de Trump. Com a confirmação, a divisa despencou mais de 11% na semana.
A política expansionista que é esperada de Donald Trump, que defendeu investimentos agressivos em infraestrutura e na indústria dos EUA, poderá provocar um aumento da inflação com os maiores gastos do governo. A estratégia poderá levar o Federal Reserve a intensificar o ritmo de alta de juros para controlar a inflação do país. Com taxas mais altas, a expectativa é que o fluxo global de capitais se direcione para os EUA, deixando os países emergentes.
Entre os países considerados emergentes, o zlóti polonês acumula desvalorização de mais de 5% na semana e o ringgit malaio cedeu 4,5%. O rublo cedeu mais de 3,5% em meio às incertezas em relações ao futuro da relação com os EUA e às sanções comerciais. A lira turca perdeu 3%. Controlado pelo governo, o iuan registra desvalorização de 1% e flutua perto da mínima recorde.
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Escrito por: Investing.com
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