Eike é detido pela PF ao desembarcar no Rio e vai para presídio de Bangu

Reuters

Publicado 30.01.2017 14:55

Eike é detido pela PF ao desembarcar no Rio e vai para presídio de Bangu

Por Rodrigo Viga Gaier e Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O empresário Eike Batista foi preso pela Polícia Federal logo depois de desembarcar no Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira e foi levado para um presídio em Bangu, na zona oeste da cidade, após ter a prisão decretada pela Justiça por suspeita de pagamento de propina milionária ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

Eike ficará em uma cela compartilhada na cadeia pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, de acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Como não tem curso superior completo, o empresário não tem direito a uma cela especial.

A Polícia Federal inicialmente levou o ex-bilionário para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio, onde Eike ficou cerca de duas horas e teve a cabeça raspada, como todos os outros detentos do sistema prisional do Estado.

A transferência para Bangu foi uma medida administrativa, uma vez que a prisão de Água Santa funciona apenas como uma "porta de entrada" para presos federais, de acordo com a Seap.

O advogado de Eike, Fernando Martins, disse a jornalistas na porta do presídio Ary Franco que há uma preocupação da defesa com a integridade física do empresário e que estão sendo tomadas as "cautelas necessárias", mas não forneceu detalhes.

O advogado disse que ainda não teve contato com Eike desde o retorno ao Brasil e que vai aguardar até conversar com seu cliente para estabelecer as estratégias da defesa.

"Ele acabou de chegar, a defesa ainda não teve acesso a ele, nós vamos aguardar conversar com o cliente, de forma que não podemos adiantar a linha de defesa que será adotada", disse a jornalistas.

Eike, que era considerado foragido desde a semana passada, embarcou na noite de domingo em Nova York de volta ao Brasil para se entregar às autoridades, e disse que iria "ajudar a passar as coisas a limpo".

"Estou voltando e vou responder à Justiça, como é o meu dever", disse em entrevista à Globonews no aeroporto nos EUA. "O sentimento é que tem que se mostrar o que é, está na hora de eu mostrar e ajudar a passar as coisas a limpo."

Carros da Polícia Federal estavam na pista do aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim à espera do desembarque do empresário, que foi rapidamente retirado da aeronave e levado em um veículo preto da PF para o Instituto Médico Legal (IML), de onde seguiu para o presídio Ary Franco.

Eike, que já foi um dos homens mais ricos do mundo, é acusado de ter pago propina de 16,5 milhões de dólares ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de obter vantagens para seus investimentos no Estado durante os dois mandatos de Cabral, que está preso em Bangu desde novembro.

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A PF tentou prender Eike na casa do empresário na zona sul do Rio na semana passada, mas o empresário não foi localizado por ter viajado dois dias antes para Nova York, usando um passaporte alemão.

A PF chegou a incluir o nome do ex-bilionário na lista de fugitivos da Interpol.