Em meio a problemas de tucanos na Justiça, Alckmin diz que respeito a instituições diferencia PSDB do PT

Reuters  |  Autor 

Publicado 18.04.2018 17:23

Atualizado 18.04.2018 17:40

Em meio a problemas de tucanos na Justiça, Alckmin diz que respeito a instituições diferencia PSDB do PT

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira que seu partido é diferente do PT por respeitar as instituições, após tucanos históricos --como o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo-- sofrerem derrotas recentes na Justiça em meio a acusações de irregularidades.

Na terça-feira, Aécio, candidato à Presidência pelo PSDB em 2014 e presidente da legenda até o final do ano passado, tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e obstrução da Justiça no caso envolvendo a delação de executivos da J&F, holding que controla a JBS (SA:JBSS3).

Azeredo, que também já presidiu o PSDB, teve negado na semana passada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de liminar para suspender a condenação a mais de 20 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no esquema conhecido como Mensalão Tucano. Ele pode ser preso quando esgotados os recursos em segunda instância na Justiça de Minas Gerais.

"Diferentemente do PT, que desacredita das instituições, nós não fazemos isso. Não tem Justiça vermelha, azul, verde, amarela, tem Justiça. E decisão judicial se respeita. A lei é para todo mundo", disse Alckmin em entrevista coletiva após palestra a investidores em São Paulo.

"O Aécio não tem nenhuma condenação. O Lula tem duas, e é o imperador do PT, com duas condenações. Nós somos bem diferentes", afirmou Alckmin.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba cumprindo pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). O PT afirma que Lula é um preso político.

Alckmin disse que Aécio ainda não foi julgado e que terá a chance de se defender agora que tornou-se réu. Indagado especificamente sobre o caso de Azeredo, ele limitou-se a defender o respeito às decisões judiciais.

Ex-governador de São Paulo, cargo que deixou no início do mês, Alckmin também defendeu a decisão do STJ de enviar um inquérito contra ele à Justiça Eleitoral e não aos procuradores da Lava Jato em São Paulo, como queria a força-tarefa paulista da operação.

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"Tem uma tendência de dizer 'olha, todo mundo é igual'. Não é igual, é bem diferente. Aliás, o Ministério Público Federal respondeu a essa indagação. Quando perguntaram 'tirou da Lava Jato?'. Disseram: 'não, não tirou, porque nunca esteve'. Não tirou porque nunca estava, nunca teve nada a ver com Lava Jato", disse.

REAJUSTE DO FGTS

Na palestra aos investidores, fechada aos jornalistas, Alckmin, que estava acompanhado do coordenador de seu programa econômico, Pérsio Arida, disse ter defendido "a necessidade de recuperar a legitimidade do Estado brasileiro", além de reiterar a defesa de se fazerem reformas logo no primeiro ano de mandato.

Na entrevista coletiva, o tucano também fez a promessa de, se eleito, alterar a remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que passaria a ser feita pela Taxa de Longo Prazo (TLP).

"Já quero até antecipar aqui. Uma das nossas propostas vai ser o recurso do fundo de garantia ser corrigido pela TLP. Se você pegar os últimos 20 anos, o FGTS perdeu até para a inflação. Quer dizer, o trabalhador vê o seu dinheiro derreter, que nem gelo", disse.

"Nós vamos fazer justiça com os trabalhadores e as trabalhadoras. O dinheiro do FGTS vai ter correção monetária e juros, como é para todo mundo."