Jaques Wagner não deve aceitar ser Plano B de Lula, dizem fontes

Reuters  |  Autor 

Publicado 27.07.2018 18:00

Atualizado 29.07.2018 11:30

Jaques Wagner não deve aceitar ser Plano B de Lula, dizem fontes

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Pressionado pelo PT e pelo próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aceitar ser o Plano B do partido, com a possível impugnação da candidatura de Lula à Presidência, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner já teria decidido que não poderá aceitar o encargo, disseram à Reuters fontes que acompanham o assunto.

O ex-governador é pré-candidato ao Senado pela Bahia, em uma eleição dada como praticamente certa no Estado, e desde o início renegava a ideia de ser um Plano B. No entanto, como mostrou a Reuters, seu nome como substituto de Lula cresceu dentro do partido nas últimas semanas, insuflado pelo próprio ex-presidente.

Lula chegou a cogitar a ideia de uma chapa com Wagner tendo o dono da Coteminas (SA:CTNM4), Josué Gomes, como vice. Neste caso, o empresário, filho do vice-presidente de Lula, José Alencar, representaria o Sudeste empresarial, enquanto Wagner representaria o Nordeste, em uma composição que lembraria a chapa do ex-presidente em 2002 e 2006.

"Todas as semanas ele (Wagner) recebe gente da direção do partido que tratam desse assunto, inclusive com recados do ex-presidente", contou uma fonte próxima a Wagner.

O ex-governador e ex-ministro teria balançado e prometido avaliar um pedido de Lula, mas a resposta deve ser negativa.

Outra fonte ouvida pela Reuters confirma que Wagner está caminhando para negar a possibilidade de assumir o Plano B do PT ao ex-presidente e ao partido. Com Lula, o ex-governador planejaria conversar nos próximos dias.

"O partido quer também uma coisa mais formal, até para se liberar para procurar uma outra alternativa", disse a primeira fonte.

A outra alternativa aventada até hoje é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo de Lula e hoje um dos nomes mais próximos ao ex-presidente. No entanto, Haddad tem dificuldade de conquistar apoio interno.

A maior parte do PT o vê como sem jogo de cintura e pouco político --daí, inclusive, a pressão para que Wagner aceitasse a posição. O ex-governador baiano seria mais habilidoso, dizem petistas.

"Wagner traria o Nordeste, isso é certo. Agora, Haddad talvez não tenha tanta entrada nem no Sudeste", disse um petista.