Na véspera da convenção do PSDB, Imbassahy pede demissão da Secretaria de Governo

Reuters

Publicado 08.12.2017 19:08

Na véspera da convenção do PSDB, Imbassahy pede demissão da Secretaria de Governo

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Na véspera da convenção do PSDB que deverá selar a chegada de uma nova cúpula não totalmente alinhada com o Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, entregou ao presidente Michel Temer sua carta de demissão do cargo, o que foi aceito.

Segundo uma fonte palaciana, não há uma decisão sobre substituição ainda nesta sexta-feira do cargo. A maneira como se daria a saída de Imbassahy vinha sendo negociada há dias no Planalto como forma de garantir a manutenção do apoio do PSDB --a terceira maior bancada da Câmara-- à reforma da Previdência.

O PMDB da Câmara pressiona para emplacar um dos vice-líderes do partido, Carlos Marun (MS), no ministério, chegando, inclusive, a anunciar que Temer havia escolhido ele para o posto dias atrás. Lideranças do centrão também defendiam há meses a queda do tucano e boicotavam a atuação dele no Planalto.

Na carta, Imbassahy disse que fazer parte do governo foi uma "honra" e que pretende continuar a contribuir com o país de volta à Câmara dos Deputados. Após fazer um balanço da sua atuação, citando, por exemplo, a votação das reformas trabalhista e do ensino médio, ele defendeu que o momento é de centrar esforços na reforma da Previdência.

"Agora precisamos novamente do apoio do Congresso para avançar com a reforma da Previdência, garantindo sustentabilidade ao sistema em benefício das próximas gerações", disse Imbassahy.

O ex-ministro, que destacou que "novas circunstâncias" se impõem no horizonte, agradeceu ao PSDB ao afirmar que o partido entendeu que, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e por coerência com sua história, "não poderia se omitir nesse processo de recuperação do país".