Haddad diz que governo estuda como driblar restrições de divisas da Argentina para aumentar comércio

Reuters

Publicado 23.01.2023 07:31

Atualizado 23.01.2023 09:12

Por Lisandra Paraguassu

BUENOS AIRES (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no domingo que o governo brasileiro estuda alternativas para driblar as restrições de divisas da Argentina e aumentar o comércio entre os dois países, o que pode passar pelo uso de uma moeda única para transações comerciais, embora ainda não haja uma definição.

“Está muito ruim (o comércio) e o problema é exatamente a divisa, né? É isso que a gente está quebrando a cabeça para encontrar uma solução. Alguma coisa em comum, alguma coisa que permita incrementar o comércio, porque a Argentina é um dos países que compram manufaturados do Brasil e a nossa exportação pra cá está caindo”, disse o ministro ao chegar a Buenos Aires.

Haddad faz parte da comitiva da visita oficial à Argentina do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passa os próximos dois dias no país.

Em um artigo publicado no site argentino Perfil, Lula e o presidente do país Alberto Fernández, citaram o início de conversas para adoção de uma moeda comum sul-americana para transações comerciais.

“Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda comum sul-americana que possa ser utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo os custos de operação e diminuindo a nossa vulnerabilidade externa”, diz o texto, o que causou turbulência pelo entendimento de que os dois países estariam planejando adotar uma moeda comum em todos os sentidos, o que Haddad nega. Segundo ele, não existe conversas para criar uma moeda única.

Ao ser questionado se poderia falar melhor sobre o tema nos próximos dias, Haddad respondeu que sim, e ironizou: “Até porque estão dizendo que vai acabar o real.”