Lula cita lei de concessões para de novo defender a regulação da mídia

Estadão Conteúdo

Publicado 20.10.2022 05:01

Atualizado 20.10.2022 08:11

Lula cita lei de concessões para de novo defender a regulação da mídia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a regulamentação da mídia anteontem durante entrevista concedida ao podcast Flow. O petista afirmou que não quer criar uma legislação que beneficie o governo, mencionou o "direito de resposta" - já previsto pela Constituição Federal de 1988 - e disse que é preciso ter uma mídia mais "plural", sem dar mais detalhes do que defende para uma nova legislação sobre o tema. Lula argumentou que a atual regulação do setor é antiga.

"A gente pode fazer uma regulação como a legislação inglesa, uma legislação americana, ninguém quer uma regulação como Cuba. Ninguém quer uma rádio que só fala aquilo que interessa ao governo, a televisão que só fala aquilo que interessa ao governo. Ninguém assiste, ficaria chato pra caramba", afirmou Lula.

O ex-presidente disse ainda durante a entrevista desejar "uma coisa plural, que todo mundo tenha direito de participar, que a oposição tenha direito de resposta, que as pessoas ofendidas tenham direito de resposta". Afirmou também que será necessário chamar a "sociedade para discutir" as mudanças na legislação.

O direito de resposta, citado pelo petista no podcast, já consta na Constituição Federal, em seu inciso 5.º, do artigo 5.º. "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem", determina a Carta de 1988."Se você falar uma coisa no seu programa e ofender alguém, e esse alguém ligar e falar para você: companheiro, a gente pode ter o direito de resposta? Você não vai dar? É lógico, tem que dar!", afirmou Lula.

O petista usou como argumento para rediscutir a legislação sobre meios de comunicação o fato de que o atual texto é antigo. "A última regulação da mídia é de (19) 62?", disse Lula. Promulgado pelo Congresso e assinado pelo ex-presidente João Goulart, o Código Brasileiro de Telecomunicações é datado de agosto de 1962. Trata-se do arcabouço legal que rege as normas para concessões públicas de rádio e TV no País.

h2 Militância/h2

Em um contexto marcado por acenos à militância petista, Lula já fez ao menos 12 menções à regulamentação da mídia ao longo da pré-campanha e da campanha. Levantamento foi feito pela reportagem do Estadão - jornal que, em sua história de quase 150 anos, sempre rechaçou tentativas oficiais, veladas ou não, de coibir a liberdade de expressão.

Durante o segundo mandato de Lula na Presidência, a Secretaria de Comunicação Social, então comandada pelo jornalista Franklin Martins, elaborou um projeto para criar um marco regulatório da comunicação eletrônica no País.O chamado anteprojeto para a Lei de Comunicação Eletrônica não chegou a ser encaminhado para o Congresso e foi engavetado na gestão de Dilma Rousseff. Entre os pontos considerados na época estava a criação de uma agência reguladora única para a comunicação social.Em suas últimas manifestações sobre a regulação da mídia, Lula defendeu que a nova legislação barrasse a "espoliação de meia dúzia de famílias que mandam na comunicação brasileira". A quebra da propriedade cruzada de meios de comunicação é uma pauta antiga no PT. Caso entre em vigência, a regra não permitiria que grandes conglomerados sejam donos de concessões de rádio e TV simultaneamente. No entanto, o petista tem afirmado que o Congresso é quem deve decidir sobre o tema. A pauta encontra eco em setores mais radicais do PT.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações