Índice de transparência dos portais públicos é 'muito baixo', diz estudo de tribunais de contas

Estadão Conteúdo

Publicado 05.03.2024 12:32

Atualizado 05.03.2024 15:40

Índice de transparência dos portais públicos é 'muito baixo', diz estudo de tribunais de contas

O índice de transparência dos portais públicos do Brasil caiu em 2023, atingindo 58,11% dos quesitos do levantamento do Programa Nacional de Transparência Pública. No ciclo 2022, o Índice Geral de Transparência dos portais públicos estava registrado em 67,55%. A avaliação é a de que o País 'ainda precisa aprimorar muito o nível de transparência na gestão pública para garantir o direito do cidadão à informação e ao fortalecimento da democracia'.

O índice geral médio de todas as 8.045 instituições avaliadas no estudo, de 58,11%, é apontado como 'muito baixo', mas tido como nível intermediário de transparência, segundo os coordenadores nacionais do Programa.

O Programa faz um exame da transparência pública ativa no País. Reúne o Tribunal de Contas da União, a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas e o Tribunal de Contas de Mato Grosso, com apoio do Conselho Nacional de Controle Interno, Associação Brasileira das Agências de Comunicação, Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas e Instituto Rui Barbosa.

Ao abordar a importância do estudo, o ex-presidente da Atricon Cézar Miola parafraseou o filósofo e ex-senador italiano Norberto Bobbio e frisou que a "administração pública deve estar em público". Segundo Miola, 'os portais desempenham papel essencial para isso'.

"Ao se analisar o seu conteúdo com técnica, imparcialidade e profissionalismo - como o PNTP faz, a partir de um manual detalhado e com base em evidências -, é possível identificar lacunas ou inconsistências. E isso é fundamental para a accoutabilitty e o controle social. Mas também valorizamos as boas práticas, a fim de que possam servir de referência e inspiração aos demais", indicou.

O mapeamento indica que uma justificativa para a queda dos índices de transparência pode ser a mudança na metodologia do estudo. "Há muito o que aprimorar no tocante à integralidade e qualidade das informações disponibilizadas", diz o texto.

Considerando os grupos de critérios de avaliação - 20, ao todo, analisados pelo Programa Nacional de Transparência Pública - os resultados mais baixos estão relacionados às 'Emendas Parlamentares' (19,37%), Renúncia de Receita (21,51%) e Obras (24,61%).

O grupo ressalva que tais temas foram incluídos na matriz de avaliação deste ano. Outros temas com baixo índice de disponibilização de informações são saúde (29,8%) e educação (26,15%).

O estudo faz um recorte pelos portais das esferas federal, distrital, estadual e municipal. Com relação às três primeiras, os níveis de transparência são considerados 'bons', com possibilidade de aprimoramento - 71,36%, 78,18% e 81,84%, respectivamente.

Já no âmbito municipal, o índice geral ficou em 57,65%. Segundo o Programa Nacional de Transparência Pública, os portais das Câmaras Municipais são os que apresentam o menor índice médio do País, 55,53%.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

No recorte entre Poderes e órgãos autônomos, o melhor índice de transparência é apresentado pelos Tribunais de Contas (90,42%), seguido pelo Ministério Público (86,44%), Poder Judiciário (78,75%) e Defensoria Pública (70,13%). O Executivo e o Legislativo apresentaram um índice inferior, de 59,68% e 55,58%, respectivamente.

O que é o Programa Nacional de Transparência Pública

O processo de avaliação da transparência envolve a auto avaliação dos portais por controladores internos, treinados pelos Tribunais de Contas de todo o País. Em seguida, é realizada a validação das avaliações de portais de transparência certificáveis com três selos - diamante, ouro e prata -, ligados ao índice de transparência verificado.

A avaliação toma como base uma extensa matriz de critérios de transparência pública, que inclui 70 critérios comuns para todos os Poderes e órgãos e critérios específicos - no caso do Judiciário, são seis.

Em 2023, 8.045 portais de transparência foram avaliados, sendo que 16,41% deles receberam certificações - 241 do nível diamante, 501 do ouro e 578 do prata. Ao todo, 8,5 mil pessoas participaram do processo de avaliação, incluindo controladores internos, técnicos dos Tribunais de Contas e das entidades apoiadoras e realizadoras.

O processo foi realizado entre março e dezembro. A partir deste mês se inicia o 3º ciclo de avaliação do Programa.

Judiciário

No Judiciário, 27 tribunais estaduais e federais foram avaliados, sendo que 13 deles, obtiveram certificações - sete estaduais receberam Selo Diamante, cinco Selo Ouro e dois Selo Prata. Outros catorze tribunais, inclusive o Supremo Tribunal Federal, não receberam certificação.

Com relação aos critérios, dentro das estatísticas ligadas ao Judiciário, os que tiveram melhores avaliações foram 'informações prioritárias, planejamento e prestação de contas, ouvidoria, informações institucionais e acessibilidade'.

Temas como obras, contratos, SIC, recursos humanos e diárias receberam as piores notas de transparência.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações