5 destaques dos balanços desta semana: Cisco gera ceticismo; Walmart segue firme

Investing.com – No Pro Recap de hoje, fazemos um resumo dos principais balanços da semana e da reação dos analistas, caso você tenha perdido algum: os destaques ficam com Cisco, Walmart, Home Depot e Applied Materials.

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Na quinta-feira, as ações da Cisco (NASDAQ:CSCO) tiveram uma alta de 3,3%, depois que a empresa de tecnologia apresentou resultados acima do esperado para o quarto trimestre fiscal, impulsionada pela maior demanda das empresas por IA, segurança e nuvem.

A companhia reportou que o lucro por ação ajustado foi de US$ 1,14 - US$ 0,08 superior ao consenso - com uma receita de US$ 15,2 bilhões, superando a projeção média de US$ 15,05 bilhões.

As estimativas de lucro para o primeiro trimestre ficaram acima das expectativas, entre US$ 1,02 e US$ 1,04 por ação - Wall Street previa US$ 0,99 - e a receita entre US$ 14,5 bilhões e US$ 14,7 bilhões estava em linha com as metas. As previsões para o ano fiscal inteiro foram de lucros entre US$ 4,01 e US$ 4,08 por ação em vendas de US$ 57 bilhões a US$ 58,2 bilhões; os analistas esperavam US$ 4,04 por ação em receita de US$ 58,4 bilhões.

O CEO Chuck Robbins declarou na conferência de resultados que a Cisco está pronta para “conquistar mais mercado” na comutação de campus, LAN sem fio e roteamento SP, tendo ganhado “mais de 3 pontos percentuais de mercado” em relação ao ano passado nessas áreas-chave, e acredita que a empresa está “muito bem posicionada” em IA.

Após esses resultados, os analistas do BofA (NYSE:BAC), Citi e KeyBanc mantiveram suas avaliações neutras para a ação.

O BofA e o KeyBanc elogiaram a solidez e a inovação da empresa, mas o BofA vê “risco adicional para as estimativas” devido a uma “contribuição de backlog (resrevas) em queda” que exigiria uma “recuperação significativa dos pedidos ao longo do F24, o que pode não acontecer.” E o KeyBanc permanece neutro até ver “sinais mais consistentes de ganhos de mercado e melhor visibilidade no crescimento dos pedidos em F2H24.”

O Citi afirmou de forma semelhante que está aguardando até ver mais ganhos de mercado em “comutação e segurança”, acrescentando que as menções da Cisco sobre ganhos de mercado em IA foram “animadoras”, mas “esperamos a confirmação de dados de terceiros para nos animarmos mais com os ganhos de mercado.”

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No entanto, a Evercore manteve sua classificação de “outperform” para a Cisco e aumentou o preço-alvo em US$ 3 para US$ 63, argumentando que a projeção para o ano fiscal 2024 é “bastante cautelosa, com espaço para crescimento” em diversos segmentos. Eles também acreditam que o compromisso da empresa em “mostrar alavancagem operacional” e em recompras mais regulares de ações, cerca de US$ 1,5 bilhão trimestralmente, “atrairá os investidores e fornecerá uma maior previsibilidade para os acionistas da CSCO no futuro.”

As ações da Cisco fecharam quinta-feira em US$ 54,73.

Devido à maior seletividade dos consumidores em relação aos gastos, o Walmart (NYSE:WMT) anunciou que as vendas em lojas comparáveis (excluindo combustível) cresceram 6,3% no segundo trimestre em comparação com o ano anterior, superando as estimativas de 4%, e também elevou sua projeção para todo o ano.

A empresa agora espera que o lucro por ação ajustado para o ano fiscal inteiro fique entre US$ 6,36 e US$ 6,46, bem acima da faixa anterior de US$ 6,10 a US$ 6,20. Os analistas consultados pelo InvestingPro esperavam em média US$ 6,28. E sua receita deve aumentar cerca de 4% a 4,5% no ano fiscal de 2024, acima da estimativa anterior de cerca de 3,5%.

O Walmart também anunciou que o lucro por ação no segundo trimestre foi de US$ 1,84, superando a expectativa de Wall Street de US$ 1,69.

Mesmo assim, as ações caíram 2,2% na quinta-feira após uma alta nas negociações antes da abertura.

Em um comunicado, o CEO, Doug McMillon, afirmou que o segmento de alimentos do Walmart foi uma “força” para o grupo no trimestre encerrado em 29 de julho. Os produtos alimentícios foram um fator importante de desempenho para o Walmart em um período recente de alta inflação nos EUA, ajudando o negócio a superar uma queda mais ampla nos gastos com itens não essenciais que afetou rivais como a rede de lojas de material de construção Home Depot (NYSE:HD) e a empresa de varejo Target (NYSE:TGT).

As ações fecharam quinta-feira a US$ 155,69.

Enquanto isso, na quarta-feira, a concorrente do Walmart, a Target (NYSE:TGT), viu suas ações subirem 3%, graças a uma revisão das projeções, que foi menos pior do que se esperava.

As vendas comparáveis da Target no segundo trimestre caíram 5,4%, pior do que a queda prevista de 3,8%. A receita foi de US$ 24,38 bilhões, uma redução de 4,9% em relação aos US$ 25,33 bilhões do ano anterior.

A margem bruta aumentou para 27%, superando os 21,5% do ano passado e ficando acima dos 25,6% estimados.

O lucro ajustado por ação foi de US$ 1,80, bem superior aos US$ 1,47 esperados.

Para o terceiro trimestre, a empresa prevê um lucro ajustado por ação de US$ 1,20 a US$ 1,60, bem abaixo do consenso de US$ 1,84, cortando também as estimativas de lucro por ação em US$ 0,75 para uma faixa de US$ 7 a US$ 8. Os analistas esperavam amplamente que a Target cortasse sua projeção, e o corte entregue foi visto pelo mercado como positivo.

O RBC também disse que a projeção “pode ser conservadora, pois a administração busca estabelecer um limite. No geral, salvo surpresas negativas nas tendências atuais de comparação, achamos que há elementos suficientes aqui para fazer as ações se movimentarem na direção certa.”

O Citi também notou o sentimento negativo recente em relação à ação, o que explicou o alívio do mercado em relação à revisão do guidance.

As ações da Target fecharam quarta-feira a US$ 128,75.

E a Home Depot Inc (NYSE:HD) divulgou na terça-feira resultados do segundo trimestre, vendas líquidas e queda no lucro por ação que foram menores do que o esperado.

As vendas em lojas comparáveis caíram 2% em comparação com as expectativas de Wall Street de uma queda de 4,1%, e sua receita total caiu 2% em relação ao ano anterior, para US$ 42,9 bilhões, mas os analistas esperavam US$ 42,1 bilhões. O lucro por ação foi de US$ 4,65, uma queda em relação aos US$ 5,05 do ano anterior, mas melhor do que o consenso de US$ 4,46.

A Home Depot manteve sua perspectiva para o ano fiscal de 2024, esperando que as vendas em lojas comparáveis caiam na faixa de 2% a 5% e uma queda no lucro por ação de 7% a 13%.

O CEO, Ted Decker, reconheceu “pressão contínua em certas categorias de alto valor e discricionárias” mesmo com a força em categorias relacionadas a projetos menores de melhoria de casa, acrescentando: “Continuamos muito otimistas sobre as perspectivas de médio e longo prazo para a melhoria de casa e nossa capacidade de aumentar a participação em um mercado grande e fragmentado.”

As ações subiram levemente para US$ 332,14 na terça-feira.

Por fim, a Applied Materials (NASDAQ:AMAT) fez na quinta-feira projeções muito boas após o fechamento, com os resultados do terceiro trimestre fiscal superando as estimativas dos analistas, já que a corrida contínua das empresas para entrar na era digital e de IA impulsionou a demanda por chips e fortaleceu o crescimento.

O lucro ajustado por ação esperado para o quarto trimestre fiscal é de US$ 1,82 a US$ 2,18, superando o consenso de US$ 1,59, e as vendas de aproximadamente US$ 6,51 bilhões superaram o alvo médio de US$ 5,87 bilhões.

Para o terceiro trimestre, o lucro ajustado por ação foi de US$ 1,90, superando com facilidade as estimativas de US$ 1,74, e a receita de US$ 6,43 bilhões superou a estimativa média de US$ 6,15 bilhões.

As vendas em sistemas de semicondutores, o maior segmento da empresa, caíram 1,2%, para US$ 4,68 bilhões.

O Bernstein elevou o preço-alvo da Applied Materials para US$ 175 de US$ 150 após esses resultados.

No início do pregão desta sexta-feira, 18, em Nova York, as ações da companhia se valorizavam 1,15%, a US$ 139,17.

Yasin Ebrahim, Scott Kanowsky e Senad Karaahmetovic contribuíram para esta matéria. (Tradução de Julio Alves.)