Ações mundiais atingem a maior alta em dois meses, impulsionadas por apostas de cortes de juros

Reuters

Publicado 15.11.2023 19:15

Por Koh Gui Qing e Danilo Masoni

NOVA YORK/MILÃO (Reuters) - As ações mundiais ampliaram seus ganhos na quarta-feira e o dólar conteve as perdas, já que as expectativas do fim do ciclo global de aumento das taxas de juros estimularam os investidores após leituras benignas da inflação nos Estados Unidos e na Europa.

No final da sessão, o índice acionário mundial MSCI, que acompanha ações de 49 países, subiu 0,6%, atingindo seu maior valor desde meados de setembro, após uma sessão positiva na Europa e uma recuperação na Ásia, auxiliada por um relatório de estímulo na China.

As ações também subiram em Wall Street. O índice S&P 500 subiu 0,2%, o índice Dow Jones Industrial Average subiu 0,5% e o índice Nasdaq Composite reduziu os ganhos anteriores e terminou estável.

As vendas no varejo dos EUA caíram em outubro, embora menos do que o esperado, dando a alguns investidores motivos para comemorar o fato de que a economia dos EUA está pronta para a chamada "aterrissagem suave" e que o Federal Reserve provavelmente já não terá mais que aumentar as taxas.

Os dados recentes dos EUA "corroboram nossa opinião de que a inflação dos preços ao consumidor continuará a cair mais rapidamente do que muitos esperam, mesmo com a atividade da economia real se mantendo sob o peso de taxas mais altas", disseram os economistas da Capital Economics em uma nota.

O índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,4% depois que os dados mostraram que a inflação britânica esfriou mais do que o previsto em outubro, atingindo a libra esterlina e reforçando as apostas de que o Banco da Inglaterra reduzirá as taxas até meados de 2024. 

"O bom tempo parece estar de volta. O mercado está começando a precificar a possibilidade de cortes nas taxas nos Estados Unidos e também na Europa", disse Carlo Franchini, chefe de clientes institucionais do Banca Ifigest, em Milão.

O índice de preços ao consumidor britânico aumentou 4,6% nos 12 meses até outubro, desacelerando em relação ao aumento de 6,7% registrado em setembro, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais. A inflação na Itália e na França também recuou para uma taxa de crescimento anual de 1,8% e 4,5%, respectivamente, no mês passado, de acordo com suas agências de estatísticas.

Na terça-feira, os dados mostraram que os preços ao consumidor dos EUA ficaram estáveis em outubro, contra as expectativas de um aumento de 0,1%. O núcleo do IPC, de 0,2%, também ficou abaixo da previsão de 0,3%.

DÓLAR

O índice do dólar, que mede a moeda em relação a uma cesta de moedas homólogas, ficou em 104,33, não muito longe da baixa de dois meses de 103,98 registrada na terça-feira. 

Os contratos futuros de taxas de juros oscilaram para precificar um corte nas taxas de juros pelo Fed já em maio, com uma chance de 30% de que isso ocorra ainda mais cedo, em março.

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Depois de cair 19 pontos-base (bps) na terça-feira, em sua maior queda em um dia desde março, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos saltaram para 4,5333%. Os rendimentos dos títulos alemães de dez anos ficaram em 2,639%.

A libra esterlina caiu 0,72%, para $1,24105, com a impressão de inflação mais fria ajudando a moeda britânica a reverter parte do aumento de terça-feira contra um dólar em queda. Isso ajudou as ações de Londres a terem um desempenho superior, com alta de 0,62%. O euro recuou cerca de 0,25%, para $1,08515.

APOIO DA CHINA

O ânimo dos mercados foi reforçado pelos fortes dados da produção industrial e das vendas no varejo na China e por um relatório da Bloomberg News, segundo o qual a China planeja fornecer 1 trilhão de iuanes (US$ 137 bilhões) em financiamento de baixo custo para impulsionar o mercado imobiliário.

O índice mais amplo do MSCI de ações da região Ásia-Pacífico fora do Japão ganhou 2,85%, atingindo seu maior valor desde meados de setembro. O Hang Seng subiu quase 4% em Hong Kong, com as incorporadoras imobiliárias do continente subindo mais de 5%.

As vendas no varejo da China aumentaram 7,6% em outubro, embora isso possa ter sido favorecido pelo feriado da Golden Week no início do mês. O setor imobiliário continua em uma profunda depressão, com o investimento em janeiro-outubro caindo 9,3% em relação ao ano anterior.