Airbus alivia pressão sobre fornecedores, mas mantém metas de produção, dizem fontes

Reuters

Publicado 21.09.2022 15:46

Atualizado 21.09.2022 16:05

Por Tim Hepher e Jamie Freed

PARIS/CINGAPURA (Reuters) - A Airbus (EPA:AIR) está discretamente aliviando a pressão sobre os fornecedores para que se comprometam com um aumento acentuado da produção para 75 jatos de fuselagem estreita por mês até meados da década, em meio a dificuldades na cadeia de suprimentos, disseram fontes do setor.

Oficialmente, a empresa continua com a meta de alcançar produção de 75 jatos de fuselagem estreita por mês em 2025. Em julho, a companhia adiou em seis meses, para o início de 2024, uma meta provisória de 65 jatos da família A320 por mês, citando problemas na cadeia de suprimentos.

É provável que a empresa reafirme ambas as metas de produção em uma reunião com investidores no final desta semana, disseram fontes do setor.

Mas à medida que mais fornecedores alertam sobre a escassez de peças e mão de obra, a Airbus reconheceu nos bastidores os desafios de atingir a meta mais alta até 2025, mesmo mantendo a de 65 por mês --atualmente são 50 ou mais--, disseram as fontes.

Os pedidos de planos detalhados de como os fornecedores chegarão aos 75 estão "ficando silenciosos", disse uma fonte aeroespacial sênior à Reuters.

"A meta de produção mensal da família A320 de 75 unidades para 2025 permanece inalterada", afirmou um porta-voz da Airbus nesta quarta-feira.

Greg Hayes, presidente-executivo da Raytheon Technologies, maior fornecedora aeroespacial do mundo, questionou na semana passada a meta.

"Se você der uma olhada nas projeções para a Airbus, achamos que a Airbus em 2025 terá 65 (em um mês). E Guillaume (Faury, presidente-executivo da Airbus) pode falar em 75, mas nós achamos que 65 é viável", disse ele em uma conferência do Morgan Stanley (NYSE:MS).

Outros dizem que a meta final é alcançável, mas não antes de 2026.

"Haverá solavancos ao longo do caminho. Eles podem chegar a 75 (por mês), mas não necessariamente até 2025", disse à Reuters o presidente-executivo da BOC Aviation, Robert Martin.