Airbus vê demanda por helicópteros crescer, recebe encomenda militar do Brasil

Reuters

Publicado 16.09.2022 10:47

Atualizado 16.09.2022 11:25

Por Tim Hepher

MARIGNANE, França (Reuters) - A Airbus (EPA:AIR) Helicopters espera que novos pedidos e entregas continuem crescendo neste ano, disse seu presidente-executivo à Reuters, uma vez que a crise energética e a maior demanda militar aceleraram a recuperação no setor.

Amortecida por serviços públicos essenciais, a demanda por helicópteros sofreu menos com a Covid-19 do que o setor aéreo em geral, obrigado a permanecer em terra diante das restrições de distanciamento. Porém, a crescente crise energética e o repensar das prioridades em meio à guerra na Ucrânia adicionaram entusiasmo à recuperação.

"Esperamos um ano muito forte em termos de entrada de pedidos, especialmente por valor", disse Bruno Even (BVMF:EVEN3), presidente-executivo da divisão da Airbus.

"Também esperamos expansão nas receitas, que serão sustentadas pelo crescimento dos serviços e entregas de helicópteros."

Os pedidos já haviam aumentado devido em parte a um grande pedido militar da França, atingindo um recorde de 8,55 bilhões de euros em 2021, após uma década de declínio geral liderado por empresas petrolíferas offshore. Outros contratos militares foram registrados neste ano.

A Airbus disse nesta sexta-feira que os militares do Brasil encomendaram 27 helicópteros H125, considerado um modelo leve, para treinamento.

As horas de voo, que geram receitas de serviço responsáveis por quase metade das vendas da Airbus Helicopters, agora estão de volta aos níveis pré-Covid de 2019 e o número de helicópteros usados disponíveis - um freio nas novas vendas - caiu, acrescentou.

"Estamos vendo os primeiros sinais positivos no mercado de petróleo e gás (e) sinais positivos de recuperação na atividade e horas de voo", disse Even.

Qualquer recuperação offshore pode beneficiar modelos mais limpos e eficientes em termos de combustível, como o novo H160, que toma forma dentro da gigante planta da empresa em Marignane, na França.

"Houve uma grande pausa na parte de petróleo e gás por um longo tempo. Observamos que os operadores estão muito preocupados em conter suas próprias emissões", disse o gerente do programa Gilles Armstrong.