Alta de 125% na ação da Oi. Quanto o BTG Pactual foi realista nesta avaliação?

Money Times

Publicado 16.01.2020 16:25

Atualizado 17.01.2020 08:43

Money Times - A divergência dos analistas, quanto ao futuro da Oi (SA:OIBR3), aumenta a cada dia. De um lado, instituições como o UBS estão cada vez mais pessimistas. O último preço-alvo do banco para a operadora foi divulgado em dezembro – apenas 55 centavos por papel. De outro, estão os otimistas. É o caso do BTG Pactual (SA:BPAC11), que sugere um preço-alvo de R$ 2 para este ano, o que representa um salto de 125% sobre o preço atual.

Divulgado nesta quinta-feira (16) e assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, o relatório do BTG Pactual adota um tom bastante favorável à empresa, que entrou em recuperação judicial em 2016 e, agora, luta em várias frentes para não quebrar de vez.

A avaliação do banco baseia-se em algumas premissas para que a Oi sobreviva, a ponto de mais do que dobrar de valor de mercado neste ano. Veja se você concorda com a análise do BTG Pactual.

1. Nova diretoria; senso de urgência renovado para arrumar dinheiro

Como se sabe, Eurico de Jesus Teles surpreendeu o mercado ao anunciar sua renúncia à presidência da Oi (SA:OIBR3), em meados de dezembro. Com Rodrigo Abreu e Camille Faria à frente, a nova gestão apresenta, segundo o banco, “um renovado senso de urgência”.

Embora a nova equipe só assuma oficialmente em 31 de janeiro, o BTG Pactual já lhes atribui o anúncio “de uma série de transações que proverão algum alívio para a situação problemática do caixa da companhia”.

É na conclusão desses negócios que o banco aposta para cobrir o buraco no caixa previsto para este ano e o próximo. O BTG estima que a Oi consuma R$ 3,7 bilhões neste ano, e mais R$ 2,8 bilhões em 2021. O problema é que a companhia deve ter encerrado dezembro com, no máximo, R$ 2,2 bilhões em caixa, segundo os analistas.

2. Venda da Unitel

O BTG Pactual (SA:BPAC11) acredita que a venda da fatia da Oi (SA:OIBR3) na Unitel, operadora angolana de telecomunicações, será concluída em breve. O banco cita, como motivo para ter esperanças, uma notícia do jornal português Expresso.

Publicada no início de janeiro, a nota informa que o presidente da Sonangol, Gaspar Martins, admitiu publicamente, pela primeira vez, o interesse da companhia em ficar com os 25% da Oi (SA:OIBR3) na Unitel. A Sonangol é a equivalente angolana à Petrobras (SA:PETR4), e já possui 25% da telecom. O negócio é avaliado em R$ 4 bilhões.

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“A venda da Unitel não apenas cobriria definitivamente a lacuna de fluxo de caixa de 2020/2021, mas também permitiria à Oi buscar o anúncio imediato da emissão de dívidas garantidas, com potencial para substituir seu empréstimo-ponte mais caro”, afirmam os analistas.

3. Emissão de debêntures

Enquanto negocia a venda da Unitel, a Oi (SA:OIBR3) também busca reforçar seu caixa. Em 23 de dezembro, ela anunciou a emissão de R$ 2,5 bilhões em debêntures simples, não conversíveis em ações. A colocação seria privada, e a empresa manteria o mercado informado sobre seus desdobramentos.

Desde então, não se tem notícia oficial sobre a conclusão da emissão. Contatada por Money Times, a assessoria de imprensa da Oi não havia retornado com informações sobre o assunto até a publicação deste texto.

4. Venda da operação de telefonia móvel

Para a maioria dos brasileiros, a Oi (SA:OIBR3) é lembrada pela sua área de telefonia celular. Pode parecer um contrassenso, portanto, que a empresa venda seu negócio mais conhecido, mas um dos gatilhos para que as ações saltem na bolsa é justamente isso.

O BTG Pactual (SA:BPAC11) afirma que a Oi (SA:OIBR3) Móvel pode valer até R$ 15 bilhões, com base na comparação com outras empresas do setor. Pode parecer uma montanha de dinheiro, mas o banco acredita que é justificável. Primeiro, porque, para quem já está no mercado (Claro, Vivo e TIM (SA:TIMP3)), a aquisição seria duplamente vantajosa: garantiria maior fatia de market share, ao mesmo tempo em que bloquearia a entrada de um quarto concorrente.

5. Avanço no serviço de internet por fibra óptica

Sem a Oi (SA:OIBR3) Móvel, o que sobraria da empresa? A resposta, segundo o BTG Pactual (SA:BPAC11), é: uma companhia mais enxuta, com uma rede de fibra óptica que abrangeria praticamente todo o país, com exceção de seu maior mercado – São Paulo.

A nova Oi, focada em prover infraestrutura para outras operadoras e serviços de internet para consumidores finais, é avaliada em R$ 20 bilhões pelo banco. É esta cifra que sustenta a recomendação do BTG para que os investidores comprem as ações agora.

Ajustado pelas dívidas que restariam, o valor de mercado da Oi seria de R$ 17,5 bilhões – ou R$ 2,94 por papel. Para se ter uma ideia, o preço atual é de R$ 0,9. É por isso, que o BTG Pactual estima um preço-alvo de R$ 2 para este ano.

Se o cenário é excessivamente otimista, ou se o banco está enxergando um potencial que outros analistas menosprezam, só os próprios investidores e o tempo dirão.

Por Money Times

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