Ambev (ABEV3) despenca em repercussão ao balanço pressionado pela Argentina

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 29.02.2024 11:05

Investing.com – As ações da Ambev (BVMF:ABEV3) apresentavam forte queda nesta quinta-feira, 29, após a companhia apresentar um balanço com queda anual no lucro. Às 11h22 (de Brasília), as ações despencavam 6,17%, a R$12,62.

A fabricante de bebidas encerrou os últimos três meses do ano passado com lucro líquido consolidado de R$4,528 bilhões, uma baixa de 10,9% frente igual período do ano anterior.

De acordo com a Ativa Investimentos, os resultados vieram mistos, com Argentina e Canadá pressionando o consolidado, enquanto Brasil e América Central e Caribe apresentaram boas tendências. O EBITDA ficou em R$ 7,152 bilhões, contra projeções da Ativa de R$7,534 bilhões.

“Os números mais fracos em faturamento, lucro bruto e EBITDA, ocasionados por grandes perdas cambiais na Argentina, devem trazer um novo patamar de expectativas para a região”, destaca o analista Pedro Serra.

Segundo a Ativa, ainda que a companhia tenha sofrido perdas fortes na Argentina, seguiria com “bom trabalho na recuperação de margens em todas as regiões e segmentos”, o que motiva a recomendação de compra, com preço-alvo de R$18,20.

A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) também avaliou o balanço como misto, ao mencionar “discussões fiscais em andamento pesando sobre suas perspectivas, além dos efeitos adversos da hiperinflação argentina”.

Ainda assim, os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak consideraram como sólida a recuperação operacional com expansão de margem em todas as linhas.

“No entanto, o ajuste para a inflação da Argentina, sem efeito caixa, manchou o resultado consolidado, o qual veio abaixo das nossas estimativas”, reforçaram.

Em fato relevante, a Ambev ainda informou que projeta que o CPV (custo dos produtos vendidos) por hectolitro, excluindo depreciação e amortização, para seu negócio de cervejas no Brasil seja reduzido entre 0,5% e 3,0% neste ano diante de condições favoráveis das commodities e do câmbio.

A XP considerou esse guidance como melhor do que o projetado, mas de acordo com as recentes tendências de commodities. “Com impostos mais altos e a Argentina como ventos contrários, além de um guidance não surpreendente, o desempenho operacional deve permanecer nos bastidores e, portanto, esperamos que as ações devolvam parte do desempenho positivo de ontem”, concluem os analistas.

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