América Latina e Caribe enfrentam riscos crescentes por mudança climática, diz Moody's

Reuters

Publicado 15.09.2022 17:57

Atualizado 15.09.2022 18:31

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A América Latina e o Caribe enfrentam riscos múltiplos e cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, afirmou a agência de classificação de risco Moody's Investors Service nesta quinta-feira, apontando riscos mais altos para os setores de energia, mineração e agropecuária.

Os perigos incluem aumento do nível do mar, incêndios sem precedentes, secas, inundações e condições climáticas extremas, com perigos "para a qualidade do crédito em várias regiões geográficas e setores", disse a Moody's.

A agência acrescentou em um relatório que riscos episódicos, como furacões, incêndios florestais e inundações, podem ser graves, concentrados e, às vezes, prejudiciais imediatamente à lucratividade e ao fluxo de caixa e, portanto, às classificações.

No Brasil, as mudanças climáticas estão ameaçando a perda de safra e a produtividade, enquanto as mudanças nas chuvas, ondas de calor e secas estão prejudicando a produção e o comércio de grãos na Argentina, acrescentou o relatório.

As principais zonas agrícolas da Argentina estão enfrentando as condições mais secas em cerca de 30 anos, disseram especialistas em agricultura e clima, aumentando os temores sobre uma nova "grande seca" e paralisando o plantio de milho no terceiro maior exportador mundial do grão.

Os produtores agrícolas do México são suscetíveis a eventos climáticos que afetam a colheita de milho, a maior safra do país, enquanto o estresse hídrico está complicando as operações de mineração, agricultura e hidrelétricas do Chile, disse a Moody's.