Aposta mais positiva para negociações EUA-China endossa recuperação do Ibovespa; JBS cai

Reuters

Publicado 09.10.2019 13:22

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista ensaiava uma recuperação nesta quarta-feira, após dois pregões seguidos de queda, com o Ibovespa recuperando o patamar dos 100 mil pontos, aliado à melhora externa por conta de expectativas mais positivas para negociações EUA-China, enquanto dados no Brasil mostraram deflação ao consumidor em setembro.

Às 11:18, o Ibovespa subia 0,61%, a 100.593,73 pontos. O volume financeiro somava 2,47 bilhões de reais. Nos dois primeiros pregões da semana, o Ibovespa acumulou queda de 2,5%.

No exterior, trazia algum alívio notícia de que China ainda está aberta a fechar um acordo comercial parcial com os Estados Unidos, segundo notícia publicada pela Bloomberg, que citou uma autoridade com conhecimento direto das negociações. Em Wall Street, o S&P 500 tinha acréscimo de 0,7%.

"Relatos de que a China ainda está disposta a firmar um acordo parcial contribuiu para uma melhora dos ânimos", destacou a Guide Investimentos, em relatório a clientes. A equipe da corretora, contudo, ponderou que o clima ainda é de muita incerteza, uma vez que o presidente Donald Trump disse mais de uma vez que não aceitaria qualquer forma de acordo parcial.

Autoridades de alto escalão dos EUA e da China devem se reunir na quinta-feira para novas conversas sobre o embate comercial entre as maiores economias do mundo, que tem adicionado volatilidade nos mercados e afetado as perspectivas de crescimento global.

Do cenário doméstico, o IPCA de setembro caiu 0,04%, a primeira deflação em 10 meses, no resultado mais fraco para o indicador no mês em 21 anos e indo abaixo de 3% no acumulado em 12 meses, no momento em que o Banco Central indica continuidade da trajetória de redução dos juros.

"A previsão da XP para a Selic tem sido de 4,5% para o (final do) ciclo desde a última reunião (do Copom) com um viés de baixa. O número de hoje aumenta significativamente as chances de 4%", citou a equipe da XP Investimentos.

Também repercutia positivamente acordo fechado na véspera por parlamentares em torno de um projeto de lei para definir os critérios de distribuição de parte dos recursos da cessão onerosa entre Estados e municípios.

"Com isso, destrava-se o andamento da reforma da Previdência no Senado, que deve ser concluída no dia 22 desse mês", afirmou a Ativa Investimentos.

Para a equipe do banco suíço Julius Baer, o Brasil continua sendo o mercado acionário preferido na América Latina, assim como avalia que as ações brasileiras devem ter um desempenho melhor do que ações globais, conforme relatório recente.

"Elas oferecem crescimento superior de lucros com alto excesso de capacidade, deixando espaço para alavancagem operacional adicional. Enquanto isso, a aprovação da reforma previdenciária parece estar no preço agora e o governo está avançando com sua macro política liberal", afirmou, citando que as ações também são apoiadas pelos juros nas mínimas históricas.

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DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) avançava 1,2%, tendo de pano de fundo o acordo envolvendo o leilão da cessão onerosa e favorecida pela alta dos preços do petróleo no mercado externo. PETROBRAS ON (SA:PETR3) ganhava 1,3%. Projeção do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) aponta que a Petrobras deverá receber cerca de 120 bilhões de reais por investimentos feitos em áreas de exploração e produção de petróleo que irão a leilão neste ano, segundo reportagem do Estado de S. Paulo.

- GOL PN subia 4,2%, após divulgar na véspera algumas previsões de desempenho operacionais e financeiros relativos ao terceiro trimestre, inclusive a de que sua margem Ebitda deve ter ficado entre 29% e 31% no período. A Gol (SA:GOLL4) também previu que vai divulgar uma alta de cerca de 20% da receita unitária de passageiro (Prask) de julho a setembro, na comparação com igual etapa de 2018. No setor, AZUL PN (SA:AZUL4) avançava 1,2%.

- SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) mostrava elevação de 2,4%, refletindo repercussão positiva a estimativa do banco de rentabilidade média sobre o patrimônio (ROE) de cerca de 21% até 2022. No setor, BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 1,1%, BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) valorizava-se 0,7%, ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,2% e BANCO BTG PACTUAL (SA:BPAC11) UNIT tinha queda de 0,8%.

- B2W ON (SA:BTOW3) tinha alta de 3,8%, com o setor de varejo como um todo no azul, com MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) subindo 3% e VIA VAREJO ON valorizando-se 1%.

- VALE ON (SA:VALE3) subia 0,8%, favorecida pela melhora do sentimento em relação às negociações comerciais entre EUA e China. Siderúrgicas recuavam; USIMINAS ON (SA:USIM3) caía 0,3% e GERDAU PN (SA:GGBR4) tinha baixa de 0,6%. CSN ON (SA:CSNA3), que tem uma importante divisão de mineração, porém, subia 0,5%.