Apple: 5 analistas de Wall Street discutem ação após processo nos EUA

Investing.com  |  Autor Vahid Karaahmetovic

Publicado 22.03.2024 17:45

Investing.com – As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) encerraram a sessão de ontem com uma desvalorização de 4%, cotadas a US$171,3, em resposta à divulgação do aguardado processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) contra a gigante tecnológica.

A acusação é de violação das normas antitruste. A Apple, que é uma das "sete magníficas" empresas de tecnologia, viu suas ações caírem 11% desde o início do ano, contrastando com o índice S&P 500, que apresentou um aumento aproximado de 10% no mesmo período.

O DOJ iniciou uma ação legal contra a Apple na última quinta-feira, alegando que a empresa criou um monopólio em torno do ecossistema do iPhone, prejudicando consumidores, desenvolvedores e fabricantes de dispositivos móveis concorrentes. A notícia impactou negativamente o valor das ações da empresa.

Durante uma coletiva de imprensa, um representante do DOJ indicou que, caso o governo americano saia vitorioso, medidas estruturais poderão ser aplicadas, incluindo a possível divisão da Apple.

O processo aponta que as práticas anticompetitivas da Apple vão além dos produtos iPhone e Apple Watch, afetando também os serviços de publicidade, o navegador Safari, o aplicativo FaceTime e o serviço de notícias da empresa.

O DOJ declarou que "cada ação da Apple fortaleceu a barreira em torno de seu monopólio de smartphones", envolvendo também 16 procuradores-gerais no processo, que foi apresentado no tribunal federal de Nova Jersey.

Possíveis consequências da ação legal/h2

Caso a ação seja bem-sucedida, seria um dos raros casos de aplicação da Lei Sherman desde a separação do Sistema Bell em 1982. O DOJ acusa a Apple de dificultar a venda de iPhones ao limitar a interoperabilidade com aplicativos de mensagens de outras plataformas, carteiras digitais de terceiros e smartwatches, além de restringir serviços de streaming e aplicativos fora da App Store.

A Apple defende que as regulamentações são onerosas e podem limitar a inovação e a demanda dos consumidores.

Uma decisão desfavorável à Apple poderia resultar em alterações significativas nas suas principais fontes de renda: o iPhone, que gerou mais de US$200 bilhões em vendas em 2023; o Apple Watch, fundamental no setor de wearables de US$40 bilhões; e a divisão de serviços, que reportou US$85 bilhões em receita no último ano.

Analistas avaliam futuro das ações da Apple/h2

Em reação à divulgação do processo judicial, diversos analistas do mercado financeiro de Wall Street teceram comentários sobre o impacto potencial na performance das ações e nas operações da Apple. Confira:

HSBC:

“Caso o DoJ consiga comprovar suas alegações, acreditamos que isso poderia obrigar a Apple a alterar seu modo de operação, à semelhança do que ocorreu na Europa. A nova legislação (o Ato do Mercado Digital, implementado em março de 2024) exigiu que a Apple revisasse radicalmente os termos e condições da sua App Store. Essas mudanças permitem aos desenvolvedores a distribuição de aplicativos em plataformas alternativas de apps ou a ativação da tecnologia NFC em aplicativos de bancos e carteiras digitais na região.”

Evercore:

“A nosso ver, o desafio fundamental reside no fato de que a legislação antitruste atual se baseia em definições de mercado quantificáveis. Mantemos nossa visão de que qualquer ação antitruste significativa contra a Apple nos EUA necessitará de uma nova legislação do Congresso, visto que as leis vigentes dificultam a argumentação de que a Apple mantém um monopólio baseado nas definições de mercado ou nos critérios de prejuízo ao consumidor.”

Bernstein:

“Apesar de o foco das acusações do DoJ ser o iPhone, não percebemos que uma possível solução judicial tenha um impacto significativo financeiramente para a Apple ou que comprometa a franquia do iPhone: no cenário mais adverso, a Apple seria multada e obrigada a diminuir as restrições à concorrência na plataforma iOS, impacto que consideramos limitado tanto na fidelização dos usuários do iPhone quanto nas receitas de Serviços. O risco para a Apple seria uma decisão judicial que obrigasse a igualdade de acesso dos concorrentes às APIs e ao ecossistema da Apple. Embora vejamos um impacto limitado nos mercados já consolidados pela Apple (como smartphones e tablets), isso poderia equilibrar as condições de competição nos mercados de novos dispositivos.”

Morgan Stanley (NYSE:MS):

“Entendemos a lógica por trás do processo, mas é evidente que a vantagem competitiva da Apple deriva de sua integração impecável de hardware, software e serviços, criando um ecossistema fechado de ofertas de hardware e soluções sem paralelos. Defendemos que isso é resultado de uma inovação incomparável, não de práticas monopolistas, beneficiando, em última análise, os consumidores.”

Wedbush:

“No momento, não prevemos mudanças no modelo de negócios da Apple, visto que o caso provavelmente demorará anos para ser concluído nos tribunais. Contudo, é claro que a Apple precisa encontrar uma maneira de resolver essa situação, seja por meio de um acordo substancial, pagamento de multas elevadas ou encontrando um meio-termo com os desenvolvedores sobre a estrutura da App Store a longo prazo.”

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