Money Times
Publicado 15.01.2020 16:47
Atualizado 15.01.2020 17:23
Money Times - Enquanto alguns papéis já dispararam nos primeiros dias do ano, outros acumulam perdas expressivas. Segundo o guia de ações da Mirae Asset, entre os dias 1º e 14 de janeiro, nada menos que 30 ações de empresas listadas na B3 perderam valor. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice do pregão, subiu 1,7%.
De longe, coube à Cielo (SA:CIEL3) a nada honrosa liderança em desvalorização. A operadora de meios de pagamento acumula uma perda de 10,3% neste início de ano. Há tempos, a Cielo enfrenta um acirramento da concorrência.
Em 16 de dezembro, por exemplo, a Rede, controlada pelo Itaú Unibanco (SA:ITUB4), reduziu o prazo de repasse de recursos para clientes com faturamento anual de até R$ 30 milhões para dois dias. Naquele pregão, as ações da Cielo (SA:CIEL3) recuaram 5,13%.
“Anjo caído”
Já em janeiro, um relatório do Bradesco BBI causou um tombo de 6,13% nos papéis num único dia. Isto porque, a gestora traçou um cenário desanimador para a Cielo (SA:CIEL3) em 2020. Para a instituição, a empresa é um “anjo caído” que não está pronto para levantar.
A metáfora foi acompanhada por um corte na recomendação de neutra para venda – algo forte, no costumeiro ambiente de eufemismos dos relatórios. O preço-alvo foi cortado de R$ 7 para R$ 6,50.
Mais recentemente, o UBS divulgou um relatório em que recomenda posição neutra para a Cielo. “Os lucros estarão provavelmente sob pressão durante 2020. As receitas deverão permanecer pressionadas, já que a Cielo seguirá reduzindo os preços para manter seus 40% da base de clientes”, diz o relatório do banco suíço.
Sangue latino
Em segundo lugar na ranking das maiores perdas deste começo de ano, vem o Itaú Unibanco (SA:ITUB4), com um recuo de 5,5%. Com isso, o papel já devolveu quase todo ganho de 8,23% acumulado entre o primeiro e o último pregão de 2019.
Dois fatores deixam os investidores desanimados em relação ao banco. O primeiro é a instabilidade na América do Sul, que afeta suas operações na região – um preço involuntário pago por sua internacionalização. O impacto é tão claro, que foi admitido pelo próprio presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, em entrevista com jornalistas.
Os protestos no Chile, por exemplo, acarretaram perdas na bolsa nos primeiros dias deste mês. O Itaú (SA:ITUB4) possui mais de 200 agências no nosso problemático vizinho.
Além disso, o banco reduziu suas operações de crédito na Argentina, atingida por uma grave crise econômica nos últimos anos do governo Macri, a ponto de, agora, assistir ao retorno do peronismo, com a posse de Alberto Fernández.
Menos atraente
O segundo fator que pressiona o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) na bolsa é a sensação de que ele perdeu a atratividade, quando comparado às expectativas geradas por outros bancos neste ano. Sobre os números do quarto trimestre, que devem ser divulgados em breve, o UBS observou, em relatório recente, que não espera grandes resultados.
Para ser exato, o UBS enfatizou a deterioração de alguns números importantes do Itaú. Os suíços preveem, por exemplo, um aumento no provisionamento para devedores duvidosos, causado sobretudo pela crise do Chile.
Mesmo o deferimento de impostos, estimado em R$ 4,5 bilhões pelo UBS, não deve ajudar, na medida em que esse dinheiro deve ser praticamente ofuscado pelo maior provisionamento para itens não financeiros, como processos trabalhistas.
“O guidance do banco deverá ser um pouco mais fraco que o de seus pares”, acrescenta o UBS. “Nós projetamos um crescimento nos lucros de 2% para o Itaú em 2020, e não descartamos que o guidance do banco venha um pouco abaixo de nossa expectativa, principalmente em relação a um custo de risco ligeiramente maior e margens mais fracas.”
Veja, a seguir, as 30 ações que acumularam perdas entre os dias 1º e 14 de janeiro, segundo a Mirae Asset. Algumas empresas estão representadas por mais de um papel, como a Petrobras, cujas ordinárias (SA:PETR3)) e preferenciais (SA:PETR4)) caíram.
-10,3% | CIEL3 | Cielo |
-5,5% | ITUB4 | Itaú Unibanco |
-5,1% | BBAS3 | Banco do Brasil (SA:BBAS3) |
-4,6% | PMAM3 | Paranapanema (SA:PMAM3) |
-4,2% | BRDT3 | BR Distribuidora (SA:BRDT3) |
-4,2% | ITUB3 (SA:ITUB3) | Itaú Unibanco |
-3,8% | BBDC3 (SA:BBDC3) | Bradesco (SA:BBDC4) |
-3,8% | BBDC4 | Bradesco |
-3,4% | LIGT3 | Light (SA:LIGT3) |
-3,1% | SANB11 | Santander (SA:SANB11) |
-3,0% | CEAB3 (SA:CEAB3) | C&A |
-3,0% | CVCB3 (SA:CVCB3) | CVC |
-2,9% | ITSA4 | Itaúsa (SA:ITSA4) |
-2,6% | POSI3 (SA:POSI3) | Positivo |
-2,6% | BRSR6 | Banrisul (SA:BRSR6) |
-2,4% | TIET11 | AES Tietê (SA:TIET11) |
-2,2% | HGTX3 | Hering (SA:HGTX3) |
-1,6% | ARZZ3 | Arezzo (SA:ARZZ3) |
-1,3% | SHOW3 (SA:SHOW3) | Time for Fun |
-1,2% | LLIS3 (SA:LLIS3) | Restoque |
-1,2% | TAEE11 (SA:TAEE11) | Taesa |
-1,1% | RAIL3 (SA:RAIL3) | Rumo |
-1,0% | TRPL4 | Transmissão Paulista (SA:TRPL4) |
-1,0% | MEAL3 (SA:MEAL3) | IMC Meals |
-0,8% | SLCE3 | SLC Agrícola (SA:SLCE3) |
-0,6% | PETR4 | Petrobras |
-0,5% | PETR3 | Petrobras |
-0,4% | CCRO3 (SA:CCRO3) | CCR |
-0,3% | CSMG3 | Copasa (SA:CSMG3) |
-0,3% | CESP6 (SA:CESP6) | Cesp |
Por Money Times
Escrito por: Money Times
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.