Associação de restaurantes diz que setor já demitiu até 800 mil trabalhadores no país

Reuters

Publicado 02.04.2020 20:29

Atualizado 03.04.2020 07:35

SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) afirmou nesta quinta-feira que as demissões no setor podem já ter atingido entre 600 mil e 800 mil trabalhadores no país, em meio à quarentenas impostas para frear a propagação do coronavírus.

O número estimado de demitidos envolve trabalhadores informais e com carteira assinada, afirmou a ANR.

A entidade, que afirma representar 9 mil pontos comerciais no país, realizou pesquisa com donos de bares e restaurantes entre a semana passada e esta semana que apontou que cerca de 53% perderam entre 50% e 90% do faturamento ante março do ano passado. Segundo a ANR, mais de 70% dos associados responderam a pesquisa. Entre os pontos comerciais representados estão lojas de grandes redes de fast food como Subway, Habib's e Mcdonald's.

"Estamos pleiteando o pagamento de até dois salários mínimos por mês nos próximos 120 dias. E, claro, uma série de outras medidas como isenção de impostos, flexibilização de regras trabalhistas e crédito facilitado a juros baixos", afirmou o presidente da ANR, Cristiano Melles, em comunicado à imprensa.

"Muitos no governo acharam inicialmente que o delivery poderia ajudar. Mas é uma visão completamente equivocada", disse Melles. Segundo a ANR, apenas 3% dos pesquisados disseram que houve um leve aumento na receita em março, mas apenas nas operações de delivery.

Segundo a ANR, o setor de bares e restaurantes emprega cerca de 6 milhões de trabalhadores no país. A entidade ouviu os associados entre sexta-feira passada e terça-feira desta semana.