Ataque russo entra no segundo mês e Ocidente reforça ajuda à Ucrânia

Reuters

Publicado 24.03.2022 09:26

Por John Chalmers e Natalia Zinets

BRUXELAS/LVIV/MARIUPOL, Ucrânia (Reuters) - Líderes ocidentais reunidos em Bruxelas nesta quinta-feira concordarão em intensificar suas forças na Europa Oriental e aumentar a ajuda militar à Ucrânia, enquanto o ataque russo ao país vizinho entra em seu segundo mês.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu aos países para fazer mais e repetiu seu apelo por uma zona de exclusão aérea sobre seu país, onde milhares de pessoas foram mortas, milhões se tornaram refugiados e cidades foram pulverizadas desde que o presidente russo, Vladimir Putin, determinou a invasão em 24 de fevereiro.

Em Mariupol, cidade portuária do sul que passou a simbolizar a situação da Ucrânia, as pessoas enterravam seus mortos e faziam filas por alimentos em pausas no bombardeio.

Uma mulher lá, Viktoria, enterrou seu padrasto de 73 anos, Leonid, morto quando o carro que o transportava para um hospital explodiu há 12 dias.

"Ele se sentou no meu lugar e todos explodiram naquele carro", disse ela à Reuters, apontando para os restos do veículo. "Poderia ter sido eu."

Centenas de milhares de pessoas estão escondidas em porões em Mariupol sem água encanada, comida, remédios ou energia.

Autoridades ucranianas dizem ter repelido os invasores em outras áreas, inclusive ao redor da capital Kiev, frustrando as esperanças russas de uma vitória rápida.

Em Bruxelas, líderes ocidentais vão avisar Putin de que seu país pagará custos desastrosos por invadir a Ucrânia durante uma série de cúpulas da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), G7 e União Europeia na quinta e sexta-feira. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está entre os presentes.

Alarmados com a perspectiva de que a Rússia possa escalar a guerra, as nações da Otan concordarão em enviar equipamentos a Kiev para se defender contra ataques biológicos, químicos e nucleares.

"Precisamos garantir que a decisão de invadir um país independente soberano seja entendida como um fracasso estratégico que acarreta custos desastrosos para Putin e a Rússia", disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ao Parlamento da UE.