Auren faz proposta por elétrica CEEE-G, CSN deve ir sozinha, dizem fontes

Reuters

Publicado 27.07.2022 12:44

Atualizado 27.07.2022 18:16

Por Letícia Fucuchima e Tatiana Bautzer

SÃO PAULO (Reuters) - A Auren Energia entregou proposta para participar do leilão de privatização da geradora de energia gaúcha CEEE-G, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

Já a elétrica francesa EDF (EPA:EDF), que integrava um consórcio com a CSN (BVMF:CSNA3) no processo, desistiu nesta semana, acrescentaram as fontes.

Uma das fontes disse que a CSN pretendia entregar uma oferta mesmo sem a ex-parceira EDF.

A entrega de propostas pelo ativo, com valor mínimo de 836,9 milhões de reais, ocorreu na terça-feira. O certame está previsto para sexta-feira, às 14h, na sede da B3 (BVMF:B3SA3).

Dependendo da necessidade de aquisição da fatia de outros acionistas na CEEE-G, incluindo a da Eletrobras (BVMF:ELET3), o preço mínimo pode subir para 1,2 bilhão de reais.

A CEEE-G tem cinco hidrelétricas, oito pequenas centrais (PCHs) e duas centrais geradoras (CGHs), totalizando cerca de 990 megawatts de capacidade instalada. Somadas as participações da companhia em consórcios ou sociedades de propósito específico, o portfólio chega a 1,27 GW de potência.

Segundo uma das fontes, que falou sob condição de anonimato, a Auren Energia enxerga valor no volume de energia da CEEE-G que poderá ser vendido no mercado livre. A joint venture entre o grupo Votorantim e o canadense CPPIB tem uma das maiores comercializadoras de energia do país.

Já a EDF vinha avaliando a CEEE-G desde a primeira tentativa de venda pelo Rio Grande do Sul, conforme publicou a Reuters, e decidiu entrar no processo em consórcio com a CSN.

Porém uma fonte relatou que as empresas desistiram de entregar proposta em consórcio na última hora.

A fonte não forneceu um motivo oficial para a desistência, mas acredita-se que possa estar relacionada a dificuldades de aprovação pela matriz da EDF em meio às discussões sobre nacionalização da elétrica na França.

Esta é a segunda vez que o Rio Grande do Sul tenta alienar sua fatia de 67% na geradora de energia. Na primeira tentativa, não houve interessados. Os estudos técnicos foram atualizados, com o valor mínimo passando de 1,2 bilhão de reais para 836,9 milhões.