Aversão a risco externo e temor fiscal jogam Ibovespa para baixo

Estadão Conteúdo

Publicado 05.07.2022 09:51

Atualizado 05.07.2022 13:10

Correção: Aversão a risco externo e temor fiscal jogam Ibovespa para baixo

O movimento de ladeira a baixo contamina o Ibovespa, que não cessa de renovar mínimas, já caindo para o nível dos 96 mil pontos, voltando a operar em nível semelhante ao registrado no início do governo Jair Bolsonaro. A mínima intraday é a menor marca desde 4 de novembro de 2020.

"Não tem notícia positiva aqui nem no exterior. Além dos fundamentos apontarem para baixo, o técnico também não ajuda. Começa a levantar preocupação com os efeitos dos isolamentos na China e com recessão na Europa, além do já temor com os EUA. A questão é saber quando a recessão começará e qual a intensidade. Aqui, fala-se que as despesas com as medidas fiscais ultrapassem R$ 50 bilhões", avalia Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.

Como destaca Wilson Sorio Netto, especialista em renda variável da Blue3, o mau humor é generalizado em meio à possibilidade de recessão mundial após dados mais fracos do que o esperado de atividade em junho na zona do euro e na Alemanha.

"Mesmo com o PMI positivo do Brasil, não há melhora. A Bolsa chegou a cair quase 2% -1,87% e nem chegamos a cumprir a primeira parte do pregão, e vemos a curva de juros abrindo um pouco mais", descreve Sorio Netto.

Neste cenário, a alta do dólar para quase R$ 5,40 em relação ao real, também pesa, acrescenta o especialista da Blue3. "Dólar subindo arrefece a expectativa de consumo e ainda vemos o petróleo em queda. É um combo macroeconômico. Há novos isolamentos na China e aqui tem a questão fiscal", diz Sorio Netto.

Após dados indicando expansão da Chin em junho, o minério de ferro reagiu positivamente, ao subir 2,81% no porto chinês de Qingdao. Ainda assim é insuficiente para animar.e

Além disso, o crescimento da produção industrial no Brasil em maio menor do que a mediana das estimativas atenua. "É uma notícia relativamente boa no meio de tantas negativas", pondera Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

"Aqui tem a preocupação fiscal, com possibilidade de aumento dos gastos na PEC das Bondades. Então, a produção industrial não atenua", avalia Monteiro.

Em meio às incertezas em relação às contas públicas no Brasil, o mercado aguarda os desdobramentos da reunião ministerial convocada pelo presidente Jair Bolsonaro para esta manhã em Brasília. Conforme apurou o Broadcast Político, o objetivo é cobrar empenho na entrega de obras pendentes a poucos meses da eleição.

Somado a isso o quadro de aperto monetário global requer cautela. O entendimento é de que os desafios dos bancos centrais são grandes, dado que a inflação segue elevada e muitas economias, enfraquecendo.

"Na China, os índices PMI de serviços e composto exibiram forte recuperação em junho, mas a melhora não é suficiente para mudar o clima entre os investidores", avalia, em nota, o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

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Às 11h24, o Ibovespa caía 1,35%, aos 97.277,62 pontos, ante mínima diária aos 96.760,45 pontos (-1,87%).

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