Aversão global a risco derruba Ibovespa a 106,2 mil pontos, em queda de 2,34%

Estadão Conteúdo

Publicado 19.05.2022 05:00

Aversão global a risco derruba Ibovespa a 106,2 mil pontos, em queda de 2,34%

Acompanhando a acentuação de perdas ao longo da tarde em Nova York, o Ibovespa devolveu nesta quarta-feira a recuperação vista nas últimas cinco sessões, que havia tirado o índice do negativo para o positivo no mês. Agora a referência da B3 (SA:B3SA3) volta a anotar perda em maio (-1,51%) ao fechar nesta quarta-feira em queda de 2,34%, a 106.247,15 pontos, pressionada pela retomada da aversão a risco desde o exterior, onde prevaleceram nesta quarta-feira sinais ruins sobre a trajetória da covid-19 na China, após relativa melhora nos últimos dias quanto à transmissão da doença no país.

Em Nova York, as perdas na sessão ficaram entre 3,57% (Dow Jones) e 4,73% (Nasdaq). O petróleo também passou por ajuste, em queda superior a 2%, que recolocou o Brent na casa de US$ 109 por barril. Aqui, na mínima desta quarta, o Ibovespa foi aos 106.038,40 (-2,53%), saindo de máxima a 108.923,44 e abertura a 108.788,23 pontos, com giro a R$ 30,0 bilhões em dia de vencimento de opções sobre o índice. Na semana, a referência cede 0,63%, limitando o ganho do ano a 1,36%.

Com a aversão a risco agravada à tarde, as perdas se acentuaram nos setores de maior peso e liquidez, em especial o de siderurgia, onde chegaram à casa de 5% para Gerdau (SA:GGBR4) PN (-5,69%) e CSN ON (SA:CSNA3) (-5,82%). Entre os grandes bancos, a correção chegou a 2,77% (Unit do Santander (SA:SANB11)), enquanto Petrobras (SA:PETR4) e Vale (SA:VALE3) mostraram queda na faixa de 1,6% a 2,5% no fechamento, respectivamente de 2,26% e 1,64% para ON e PN da estatal, e de 2,53% para a ON da mineradora. Entre as maiores perdas do índice, destaque para Banco Inter (SA:BIDI4) (-8,62%), Ultrapar (SA:UGPA3) (-7,71%) e Dexco (-6,43%). No lado oposto, apenas sete ações da carteira teórica conseguiram sustentar ganhos na sessão, com Locaweb (SA:LWSA3) (+13,95%), Hapvida (SA:HAPV3) (+4,45%) e Ecorodovias (SA:ECOR3) (+2,27%) à frente.

Após sessão sem sinal único na Ásia, as perdas se aprofundaram no horário de negócios na Europa, estendendo-se depois a Brasil e Nova York, em meio ao temor de que "os estímulos realizados por Pequim não sejam suficientes para recuperar as perdas causadas pela política de Zero Covid", observa em nota a Nova Futura Investimentos. Assim, em dia no qual o Goldman Sachs (NYSE:GS) cortou a previsão de crescimento da segunda maior economia do mundo, rumores de que nova área de confinamento estaria sendo implementada em Tianjin mantiveram os investidores globais na defensiva desde a manhã.

"O Ibovespa acompanhou hoje o mercado americano nas mínimas do dia. Um ponto a destacar foi que, diferente da maioria dos dias em uma perspectiva mais longa, a Bolsa aqui caiu e com juros dos Treasuries fechando. Hoje, não foi abertura de Treasuries que provocou essa queda em bolsa, mas sim uma aversão maior a risco, com o medo de desaceleração global mais forte - seja também por Fed um pouco mais 'hawkish' apesar das declarações relativamente tranquilizadoras do Jerome Powell (presidente do Fed) , recentemente", diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset.

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"As pessoas estão exigindo um retorno maior nas ações para determinado nível de Treasury", acrescenta o gestor. "Mercado está percebendo mais risco para frente, no horizonte. Sintoma de fuga de risco nos mercados globais, que é o que temos visto tanto nos Estados Unidos, com essa queda forte do S&P 500 hoje (-4,04% no fechamento), como também na B3", observa Martinez, destacando o "sofrimento" maior visto nos setores orientados à economia global, como os de mineração e siderurgia, em dia também negativo para segmentos com exposição à atividade doméstica, como comércio eletrônico e construção civil.

"O dia foi extremamente pesado para os mercados do mundo inteiro, com os investidores ainda preocupados quanto a inflação e ritmo de atividade global, considerando ainda os lockdowns (na China). A mensagem do Powell ontem, sobre levar o juro (de referência dos EUA) acima do nível considerado neutro, se necessário, e balanços ruins de empresas do varejo americano, como Walmart (SA:WALM34)(NYSE:WMT), resultaram em reação forte dos mercados, com corrida para segurança nos Treasuries", diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos.

"Em câmbio, o movimento também foi de 'risk off', com decepção sobre o desempenho de empresas do varejo nos Estados Unidos, que resultou em forte correção das bolsas lá fora, além da questão dos novos lockdowns na China, que coloca em jogo a recuperação da economia chinesa nos próximos meses, com revisão da expectativa do Goldman Sachs para o PIB do país, de 4,5% para 4% (em 2022) - mais lógico em relação ao risco de desaceleração da economia (chinesa) no segundo trimestre. O dia foi claramente de aversão a risco, com o índice DXY (que contrapõe o dólar a uma cesta de referências, como euro, iene e libra) se reaproximando de 104", diz Luciano Costa, economista e sócio da Monte Bravo Investimentos.

No Brasil, o dólar à vista voltou a ser negociado a R$ 5 na máxima da sessão (R$ 5,0003) e fechou aos R$ 4,9826, em alta de 0,80%.

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